Por filha, ela criou marca de semijoias com vendas online; faturou R$ 12 mi

O sonho de buscar a filha em Minas Gerais fez com que Sabrina Nunes, 39, começasse a revender bijuterias em 2008, no Rio. Desde o início, ela já criou uma marca própria: a Francisca Joias. Foi somente em 2018, dez anos depois, que trouxe sua filha Vitória, então com 15 anos, para morar com ela. Em 2024, a empresa faturou R$ 12 milhões.

Como ela criou sua marca

Sabrina vem de uma família simples. Morava em Itinga (MG) com a mãe, Neide, que sempre trabalhou como vendedora. O pai, Tadeu, morreu quando Sabrina tinha 5 anos. Para somar na renda da família, ela ajudava a mãe nas vendas. "Sempre tive uma vida desafiadora. Vendia de tudo: picolés, revistas, coisas em consignação", afirma. Aos 18 anos, ela se tornou mãe. Sua filha tem hoje 21 anos.

Em 2008, aos 23 anos, Sabrina se mudou para o Rio, para estudar engenharia de produção. Tinha bolsa de estudo integral pelo Prouni. Ela fazia o curso na Faculdade Gama Filho e trabalhava na PUC-Rio, como estagiária. Ela foi para o Rio sozinha. Deixou a filha, então com cinco anos, com as avós em Itinga.

Ideia para abrir o negócio. "No trajeto entre a Tijuca, bairro onde eu morava, Gama Filho e PUC, eu lia muito. Li em uma matéria que uma mulher havia ganhado R$ 5.000 vendendo na internet. Então, separei R$ 50 do meu salário para comprar bijuterias no Saara [região de comércio popular do Rio]", diz Sabrina.

Ela colocou tudo para vender no Orkut. "Era o 'boom' do Orkut. Depois passei para o Facebook, época em que a minha empresa cresceu muito usando redes sociais. A Francisca Joias é uma empresa nativa da internet", diz.

A Francisca Joias foi criada em 2008, no Rio. O nome da marca é uma homenagem a Francisca, avó materna de Sabrina.

A marca vende semijoias e acessórios. Entre eles, estão brincos, anéis, pulseiras e colares. O item mais vendido é o colar com nome da pessoa (R$ 69,90).

Marca é forte nas redes sociais

A Francisca Joias vende exclusivamente online. O modelo de negócio é o e-commerce. A marca está presente em 17 canais de venda, como WhatsApp, TikTok, Instagram e Kwai, entre outros. Só no Instagram, tem mais de 1 milhão de seguidores. "Esses canais fazem a aquisição de público, direcionado para o nosso e-commerce, onde acontecem as vendas", diz ela.

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A empresa tem 28 funcionários. "Todos somos vendedores. Toda a empresa vende", afirma. A filha, Vitória, trabalha na empresa, responsável por produtos.

Em 2024, a empresa faturou R$ 12 milhões. O lucro não foi revelado.

Em 2017, Sabrina criou o Grupo MVersity. Ele engloba as marcas Francisca Joias, Centro Educacional para Mulheres Empreendedoras (escola que dá cursos para mulheres que querem empreender), Cadastre Rápido (software de gestão de e-commerce) e Next Tags (software de inteligência artificial com WhatsApp). "Vender a internet mudou a minha vida, e eu acredito que outras mulheres podem trilhar esse mesmo caminho", declara. Em 2019, ela mudou a sede da empresa para Limeira (SP).

Produto com material sustentável é tendência

Destaque para comportamento empreendedor da Sabrina. "Ela identificou uma oportunidade e teve iniciativa. Começou por necessidade, mas aproveitou a oportunidade e foi se aperfeiçoando com o tempo para a alavancagem dos ganhos", diz Eduardo Mantovani, analista de negócios do Sebrae-SP.

O segmento é competitivo, mas a marca consegue manter preços mais acessíveis. Segundo Mantovani, a empresa ganha em escala, em volume de vendas. "A atividade é boa, o ramo é bom. Mas é preciso manter esse comportamento de sempre ouvir as necessidades dos clientes, para adequar os seus produtos ao seu público. Vale ampliar o portfólio, mas adequado ao que o cliente está buscando", afirma.

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Material sustentável é tendência. Mantovani diz que a empresa deve apostar em produtos sustentáveis, como embalagens biodegradáveis e matérias-primas sem adição de produtos químicos. "Isso é uma tendência, uma forma de os clientes se aproximarem mais da natureza e da sustentabilidade", afirma.

Outra dica é se diferenciar da concorrência. "Além de ter um produto bom, de qualidade e de marca, vale apostar na experiência do cliente. Faça com que o cliente participe do processo de criação dos produtos, como a criação de peças customizadas. Isso gera conexão muito forte", declara.

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