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Procurar trabalho estando empregado requer discrição; veja dicas para não 'dar bandeira'

Edson Valente

Do UOL, em São Paulo

31/07/2012 06h00

Procurar emprego é uma tarefa que exige dedicação e planejamento. Procurar emprego estando empregado é uma missão que exige algo mais: discrição.

 

Afinal, é preciso cuidado para não “dar bandeira” e provocar nos chefes atuais o ímpeto de antecipar-se a sua intenção e demiti-lo – o que não será muito conveniente se você não tiver uma vaga concreta o aguardando em outra companhia.

 

 

Estar “aberto” para o mercado nunca é mau negócio, avalia Marcia Oliveira, consultora de transição de carreira da Right Management. “Manter-se visível é sempre interessante para o planejamento da carreira, até para medir sua empregabilidade”, afirma.

 

É mais ou menos como a garota bonita que tem um namorado que a satisfaz, mas que se envaidece com os galanteios de outros rapazes. Ela não pretende de fato trocar de parceiro – a não ser, claro, que alguém com muitos predicados roube seu coração do mancebo presente –, mas não quer cair no ostracismo das cantadas.

 

Da mesma forma, o assédio de um headhunter aqui, outro ali não arranca pedaço – e pode até ser uma valiosa moeda de troca na hora de pleitear um aumento.

 

Para “estar na área” sem ostentação, a dica da consultora é manter atualizado seu perfil no LinkedIn, a rede de contatos profissionais, e mesmo cadastrar seu currículo em sites de busca de vagas. “Essas ações não ficam marcadas pela data”, reforça. Assim, seu chefe terá dificuldades para saber quando exatamente você andou ciscando por aí, além de não haver nada de mais em atualizar seus dados em um site de network.

 

Outra possibilidade é sondar pessoas próximas de seu convívio sobre oportunidades tentadoras de trabalho. Que atire o primeiro currículo quem nunca fez isso – ou quem tenha sido repreendido por estar sempre atento aos movimentos de mercado.

 

Por outro lado, quando se está profissionalmente infeliz e a intenção é verdadeiramente trocar de emprego, não há outro jeito: é preciso arriscar-se mais, aumentando, por exemplo, o número de sondagens em outras freguesias.

 

“Nesse caso, deve-se medir o custo-benefício de ser descoberto”, considera Oliveira. “O quanto se quer sair, o quanto vale assumir o risco.”

 

Mas isso não significa “chutar o pau da barraca” e alardear aos quatro ventos que está insatisfeito, que seu trabalho atual é horrível, que não gosta do chefe ou coisas do gênero. Essa exposição desnecessária só irá manchar sua imagem profissional.

 

Na hora do almoço

 

Uma vez definida a estratégia de sair à caça de um novo empregador, lembre-se de que você terá de comparecer a entrevistas e a processos seletivos. E que, se começar a “ficar doente” com muita frequência para atender a esses compromissos, isso poderá pesar no seu salário – e no “desconfiômetro” de seus superiores.

 

Para minimizar a chance de despertar suspeitas, a orientação da especialista é tentar agendar os encontros para a hora do almoço ou para antes ou depois do expediente. “A não ser que a empresa atual tenha flexibilidade de horários, permitindo que o empregado que chegue mais tarde compense o atraso trabalhando até mais tarde”, ressalva.