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Aprenda cinco lições com a Olimpíada para conquistar medalha de ouro no trabalho

REUTERS/Nacho Doce
Imagem: REUTERS/Nacho Doce

Edson Valente

Do UOL, em São Paulo

10/08/2012 06h00

Não são apenas os atletas que, em suas vitórias ou derrotas, tiram lições das Olimpíadas. O que se passa nos jogos pode também ser aplicado em outro ambiente igualmente competitivo – o empresarial.

 

Os paralelos traçados entre o mundo dos esportes e a vida corporativa costumam embasar palestras e cursos ministrados por nomes como Bernardinho, do vôlei. Há lógica nesse tipo de relação: conceitos como os de liderança, planejamento estratégico e trabalho em equipe são a razão do sucesso tanto em quadras, campos e tatames como em salas de escritório.

 

 

A medalha de ouro do ginasta brasileiro Arthur Zanetti é um bom exemplo de como a busca constante de novas competências, aliada ao equilíbrio mental, leva aos melhores resultados. O próprio Zanetti creditou seu lugar mais alto no pódio a estratégia e concentração.

 

Após conquistar, no ano passado, a medalha de prata na categoria argolas masculino do Campeonato Mundial de Ginástica Artística, o ginasta e seu técnico, Marcos Goto, optaram por treinar séries de movimentos mais complexas e trabalhar o aspecto psicológico para suportar bem a pressão nas Olimpíadas. Resultado: vitória em Londres.

 

Para o funcionário de uma empresa, a medalha de ouro pode equivaler a uma promoção ou a um aumento salarial. E atingir esses objetivos também requer preparo e determinação.

 

“Às vezes o profissional se pergunta por que não foi promovido e se esquece de avaliar se realmente deu o seu melhor para tanto. É preciso superar-se, ir atrás de novidades todos os dias”, observa Cezar Tegon, diretor de novos produtos e serviços da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) – Nacional. Para ele, o que garante o emprego não é o conhecimento técnico, e sim o comportamento de buscar o novo constantemente.

 

Pé no chão

 

A renovação inclui o aprendizado com as perdas e a análise frequente de oportunidades e ameaças. Essas características estão atreladas à persistência para alcançar metas, o que às vezes implica “acreditar quando ninguém mais acredita”, determina Tegon.

 

Foi algo próximo disso o que se percebeu na vitória do nadador francês Laure Manaudou nos 50 metros livre. Ele chegou a Londres pouco cotado, mas convicto de que poderia conseguir uma medalha.

 

A crença na própria capacidade, porém, não pode ser ilusória. Conhecer os seus limites é importante para não se frustrar e não frustrar o outro – seja ele o chefe, a empresa, o técnico ou a torcida do Brasil. “As pessoas não falam ‘Eu não consigo’, querem ser super-heróis. E sempre veem problemas e deficiências nos outros, e não em si mesmas”,  afirma o consultor da ABRH.

 

E não raro elas são treinadas nas companhias para que corrijam seus pontos fracos – e não para intensificarem seus pontos fortes, o que é um erro, segundo Tegon.

 

“Em uma comparação com a Fórmula 1, quando você já viu o Michael Schumacher ser treinado para trocar pneu? Ele treina para dirigir. As pessoas brilham quando estão focadas em suas aptidões. As empresas, ao contrário, buscam as fraquezas de todo mundo para trabalhá-las, querem planificar os funcionários para que façam melhor o que fazem mal”, diz.