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Filas para o seguro-desemprego começam de madrugada no Rio

Da Agência Brasil

17/07/2014 17h48

Trabalhadores do Rio de Janeiro que buscam o seguro-desemprego têm enfrentado filas que começam na noite anterior ao dia do atendimento. Hoje (17), na agência do Poupa Tempo da Central do Brasil, no centro da capital fluminense, cerca de duzentas pessoas já aguardavam na fila às 8h, quando o atendimento começou.

Apenas 30 senhas são distribuídas diariamente aos primeiros da fila.  Para conseguir obter o benefício só mesmo chegando na noite anterior e dormindo na fila para pegar a senha.

O MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) informou que a capacidade de atendimento varia de acordo com a unidade e o número de servidores e que o sistema de atendimento agendado está passando por melhorias.

Além do longo tempo de espera, as pessoas reclamam que não há garantia de que serão atendidos depois de enfrentar a fila. A desempregada Erminda Souza Duarte, chegou às 4h na fila e contou que, nesse horário, já havia cerca de 110 pessoas aguardando no local.

"O meu prazo [para requerer o seguro-desemprego] vai até o dia 20 deste mês e até agora eu não consegui dar entrada. Vou perder porque ninguém está conseguindo fazer. Eu vim de madrugada. Cheguei aqui às 4h da manhã e a fila já estava com umas 100 pessoas. O primeiro da fila chegou às 22h de ontem. Não tem condições".

Desempregada há cerca de um mês, Marta Moreira, 28 anos, também chegou à agência de madrugada, por volta das 5h,  mas apenas 3 horas depois ficou sabendo que não seria atendida.

“O trabalhador não é valorizado. Eu acordei às 5h da manhã, cheguei aqui com fome e fiquei até agora para chegar na porta e o rapaz falar que só seriam distribuídas 30 senhas. Olha só quantas pessoas tem aqui atrás de mim. Eu não estou falando só por mim não, é por todos que estão aqui. É um descaso com o pobre”.

Quem está na fila também reclama da falta de informações e de triagem. Os trabalhadores que querem dar entrada no seguro-desemprego ficam na mesma fila que pessoas buscam outros serviços.

"A fila se mistura. É uma fila única para tudo. Eu cheguei às 4h30, mas o meu problema aqui é caso de defensoria pública e a maioria que está aqui é para seguro-desemprego. Agora eu não sei quantas senhas eles dão para isso", disse Ilma Luiz de Oliveira, 49 anos.

De acordo com o MTE, atualmente, a média mensal de atendimentos no Rio de Janeiro é de 10.465, distribuídos pela superintendência, agências e gerências do ministério do Rio, em um total de 105 unidades.

Em nota, o órgão informou que o atendimento nos postos do Sine (Sistema Nacional de Emprego) e no Poupa Tempo são de responsabilidade do governo estadual.

O MTE diz que irá adotar um plano de contingência com os gestores desses postos para melhorar a capacidade de atendimento e que o sistema passa por estudo de um grupo de trabalho para identificar melhorias.

O cidadão que não conseguiu agendar o atendimento em um determinado posto, poderá localizar no sistema de agendamento outro posto que tenha disponibilidade.

Na próxima quarta-feira (23), o MTE fará uma reunião com representantes do governo do Rio para definir a implantação do agendamento eletrônico nos postos do Sine e do Rio Poupa Tempo.