Piauí: 28 são presos acusados de fraudar concurso; há policiais e advogados
A Polícia Civil do Piauí prendeu, nesta quinta-feira (10), 28 pessoas acusadas de integrarem uma quadrilha que fraudava concursos públicos no Estado. Elas foram levadas para a Academia de Polícia de Teresina.
Entre os presos, segundo a polícia, estão três advogados, dois agentes penitenciários, um policial civil, um policial militar, um analista do Ministério Público do Piauí, um agente da Superintendência de Transportes e Trânsito de Teresina e um agente de trânsito do Maranhão. Os nomes não foram divulgados.
Mais pessoas ainda podem ser presas, segundo a Secretaria de Segurança Pública, porque a Justiça expediu, no total, 37 mandados de prisão contra suspeitos de integrarem o esquema.
Também foram feitos 46 pedidos de condução coercitiva (quando a pessoa é obrigada a depor) na capital e no interior do Piauí, além de 34 mandados de busca e apreensão.
A Justiça também determinou a apreensão de um adolescente suspeito de envolvimento na fraude. Cerca de 200 policiais civis atuam na operação.
Salários de mais de R$ 6.500
O grupo é suspeito de tentar fraudar o concurso do Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI), em dezembro do ano passado. Um grupo já havia sido preso nas provas, por uso de celular e RG falso. Foram soltos após fiança.
O concurso tinha 180 vagas para diversos cargos, com salários de até R$ 6.518,71. Segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas), responsável pela prova, foram 42.920 candidatos inscritos.
O Tribunal de Justiça do Piauí só vai comentar após receber o inquérito da Polícia Civil. O prazo para entrega do documento é até o próximo dia 17. O TJ-PI afirmou ainda que a FGV deverá se pronunciar junto com o órgão.
Grupo é suspeito em outros casos
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o grupo também é suspeito de tentar fraudar o concurso da Prefeitura de Capitão de Campos (PI),também em dezembro.
Ainda há suspeita da tentativa de fraude em outros concursos, mas os nomes das instituições não foram informados.
Especialistas contratados para responder
Segundo a polícia, o grupo contratava especialistas em determinados assuntos para responder às questões dos concursos. Eles faziam a prova rapidamente, copiavam as respostas e saíam para se reunir em um local e montar o gabarito.
Quem contratava o serviço recebia as respostas por meio de mensagem no celular, segundo a acusação. Não foi informado o valor cobrado.
Acusados
O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), seccional Piauí, Francisco Lucas Costa, esteve na Academia de Polícia de Teresina em busca de informações sobre os três advogados acusados de integrarem a quadrilha. Costa disse que também foi verificar como estaria o acesso dos advogados de defesa dos presos.
Caso haja comprovação da fraude no concurso, a OAB vai pedir a anulação das provas ao TJ-PI, segundo ele. A OAB informou ainda que as acusações contra os advogados detidos serão analisadas pela comissão de ética da entidade.
O Ministério Público afirmou que tem conhecimento da prisão de um servidor, mas que não vai se pronunciar sobre o assunto porque ainda não foi informado sobre o caso oficialmente pela polícia.
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