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Estas carreiras ignoram desemprego, oferecem vagas e pagam até R$ 20 mil

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Imagem: Getty Images

Inês Pereira

Colaboração para o UOL, em São Paulo

26/07/2018 04h00

Em tempos de alto índice de desemprego, falar sobre boas vagas é, no mínimo, surpreendente. Mas elas existem, e as empresas dizem até ter dificuldade para preenchê-las. Segundo especialistas, áreas como tecnologia, vendas e marketing, office support, técnica e financeira se mostram especialmente promissoras.

Para conseguir uma colocação, independentemente da formação, o candidato precisa investir na atualização constante, aconselham. "As ocupações vão se transformando em função da tecnologia e das novas demandas da sociedade", afirmou José Augusto Minarelli, CEO da consultoria de transição de carreiras Lens & Minarelli.

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Na agroindústria, os produtores já usam drones para fiscalizar plantações, além de colheitadeiras com tecnologia embarcada, capazes de acompanhar a meteorologia, segundo Minarelli. "Eles precisam de pessoas que saibam operar esses equipamentos."

O UOL convidou Minarelli, além do headhunter Renato Trindade, gerente da empresa de recrutamento Page Personnel, e de Fernando De Vincenzo, gerente de mercado da consultoria Produtive, para apontarem os cargos mais procurados no mercado atualmente. Veja a seguir.

Tecnologia

Cientista de dados – Esse profissional vai lidar com informação, big data e, especialmente, ter um olhar analítico sobre esse universo de dados. É uma profissão bem posicionada, inclusive internacionalmente. Remuneração: de R$ 8.000 a R$ 14 mil.

Segurança cibernética – Além das inúmeras transações financeiras efetuadas virtualmente e, principalmente com criptomoedas, a segurança será cada vez mais imprescindível e, segundo Trindade, faltam profissionais para lidar com isso. Há possibilidade de desenvolver carreira internacional. Remuneração: de R$ 12 mil a R$ 20 mil.

Vendas e marketing

Sales e marketing – São postos de inteligência comercial e de mercado. "Esqueça o profissional de vendas que existiu até ontem. Daqui para frente, as empresas buscarão pessoas capazes de fazer análises profundas do mercado", disse Trindade. Elas precisarão conhecer produtos, estratégias e a regulamentação; antecipar oportunidades, fazer análise de números, conhecer e acompanhar a movimentação de mercado em que atuam tanto nacional quanto globalmente. Remuneração: de R$ 4.000 a R$ 10 mil.

Office support

Assistente ou assessor(a) executivo(a) – Aquela secretária clássica, que controlava a agenda de compromissos do chefe, providenciava assinaturas e organizava o fluxo do escritório, dá lugar a este novo profissional. Seu papel é assessorar o executivo na tomada de decisões e desenhar a pauta da agenda. Deixa de ser o profissional operacional e torna-se estratégico. Remuneração: de R$ 8.000 a R$ 14 mil.

Área técnica

Engenharia de segurança – Cresceu no mercado mundial --e por aqui não será diferente-- a busca por profissionais especialistas em incêndios, desastres, acidentes e pânico. "As empresas olham para esse aspecto com especial atenção. Mas o conhecimento básico não será suficiente. Ele deverá se atualizar constantemente sobre novas possibilidades e riscos", disse Trindade. Remuneração: de R$ 9.000 a R$ 15 mil.

Finanças e tributos

Finanças digitais – O tradicional consultor do mercado financeiro e de tributação não tem a rapidez e o conhecimento para atender às novas exigências, afirmou Trindade. A tecnologia impactou esse mercado, que introduz rapidamente inteligência artificial e recursos de computação para resolver questões. Tanto é que cresce o número de fintechs (startups voltadas ao mercado financeiro), disse. O mercado busca profissionais conectados às novas tecnologias. Remuneração: de R$ 10 mil a R$ 16 mil.

Perfil mais generalista, menos especialista

Para Fernando De Vincenzo, nas áreas estratégicas a partir do posto gerencial, os profissionais buscados pelo mercado serão mais generalistas, e não mais especialistas. Um diretor precisará conhecer e entender da área jurídica, de gestão de pessoas, de TI, do setor financeiro. Na prática, se antes havia oito diretores na empresa, agora serão cinco com valor agregado, disse ele.

Na indústria, o operário do chão de fábrica precisará fazer a leitura geral dos processos e entender como eles acontecem. O movimento da indústria 4.0, em que as máquinas e os equipamentos estão conectados, assim como todos os processos, exigirá profissionais que conheçam a tecnologia para se recolocar no mercado e deixar de atuar com o operacional repetitivo, segundo Minarelli. "Será regra buscar a capacitação tecnológica e interagir com todos os conhecimentos da cadeia produtiva", disse.

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