Habilidades para colocar no currículo: o que pode entrar e o que evitar?
Procurar um emprego, muitas vezes, requer uma pitada de estratégia para chamar a atenção dos recrutadores. E o primeiro passo para você ser notado durante o processo de triagem pode estar em suas habilidades no currículo. Ou seja, as aptidões que você possui em determinadas tarefas relacionadas ao âmbito profissional.
E diante de um cenário que prevê que 14 milhões de brasileiros estarão desempregados em 2022, de acordo com a OIT (Organização Internacional do Trabalho), é fundamental que o candidato tenha clareza sobre suas habilidades e evite utilizar uma lista pronta, já que isso pode prejudicá-lo durante o processo seletivo.
Técnicas e comportamentais
Para deixar o seu currículo com as informações mais claras e objetivas, é importante saber que existem dois tipos de habilidades que os recrutadores avaliam, como explica Rafaela Cardoso, sócia da Odgers Berndtson, consultoria global de capital humano.
- Hard Skills: habilidades técnicas, aquelas que podem ser desenvolvidas e alcançadas por meio de cursos, leitura de livros, especializações, entre outros. Por exemplo, fluência em um idioma.
- Soft skills. habilidades comportamentais, onde são avaliadas personalidade e competências, como por exemplo criatividade, liderança, empatia etc.
Com a chegada da pandemia, algumas competências, que antes poderiam não ser tão notadas, hoje são consideradas tendência para este ano, como adaptabilidade e flexibilidade, criatividade e inovação, autonomia, habilidades digitais, capacidade de trabalhar em ambiente digital, autogerenciamento, entre outras.
Habilidades que não podem faltar no currículo
Mesmo que as habilidades possam variar de acordo com o perfil da vaga à qual você esteja se candidatando, algumas aptidões não devem sair da jogada. A começar por aquelas que se mostram compatíveis com as outras informações disponíveis ao longo do currículo e que também tenham relação com a vaga.
"Isso ajuda o candidato a apresentar uma narrativa coerente sobre seu histórico profissional durante uma entrevista de emprego. Para a escolha das habilidades a serem inseridas no currículo, o candidato deve se perguntar: quais são as habilidades que possuo que poderiam ser importantes para a realização do trabalho oferecido?", ensina Vanessa Cepellos, professora do Núcleo de Estudos em Organizações e Pessoas da FGV/Eaesp (Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas).
Rafaela acrescenta que, este ano, o grande destaque vai para a adaptabilidade e flexibilidade. "A covid-19 nos ensinou que tudo muda o tempo todo, e a velocidade de adaptação às novas demandas mostra quem se sairá melhor (ao longo do processo seletivo)", afirma.
Sem exageros
Tamanha importância também exige cautela. Por isso, algumas habilidades são consideradas desnecessárias no currículo, como aquelas que já estão obsoletas ou que não tenham relação com a vaga desejada. Um ótimo exemplo é o domínio em ferramentas ou softwares que não são mais utilizados ou que não são necessários para a realização da futura tarefa.
Além disso, algumas habilidades são desejadas para, praticamente, qualquer tipo de trabalho. E por serem genéricas ou até mesmo óbvias, dispensam o destaque no currículo. É o caso de competências como profissionalismo e pontualidade.
Como as habilidades mudam de acordo com a demanda, é importante identificar o que colocar ou não no currículo. Por isso, leia atentamente a descrição da vaga para compreender qual habilidade é importante para que você seja capaz de executar o trabalho.
"Identifique palavras-chave e reflita quais de suas habilidades são compatíveis com as desejadas. Outra sugestão é conversar com profissionais que executam a mesma função a fim de compreender quais as características devem ser enfatizadas", aponta Vanessa.
Já as características emocionais não necessitam de tantas mudanças. "Neste quesito, é o nível de maturidade da vaga que pode gerar alterações. Afinal de contas, vagas mais sêniors, por exemplo, espera-se um candidato com lado emocional mais estável no comparativo com alguém júnior. Embora possa até haver similaridades em situações de estresse e frustrações, mas não é o que se espera", indica Emerson Weslei Dias, professor de contabilidade e gestão de pessoas da Faculdade FIPECAFI, em São Paulo.
Onde incluir as habilidades no currículo?
De preferência devem estar no início, próximas ao objetivo profissional. Assim, o recrutador irá identificar rapidamente como você poderá contribuir para a empresa caso seja selecionado. Além disso, é importante que as aptidões estejam em forma de lista ou, então, atreladas à sua experiência profissional.
E não se esqueça de manter o seu currículo muito bem escrito, não somente na parte das competências. Isto porque, cada vez mais, os RHs estão aderindo a tecnologias para apoiar os processos de seleção, já que a busca do robô é feita por palavras-chave.
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