Enem dos concursos deve reaproveitar provas, mas não se sabe quanto custará
O governo federal vai recolher os cadernos de questões do CPNU (Concurso Público Nacional Unificado), o 'Enem dos Concursos', para um local certificado pela Abin depois do adiamento anunciado nesta sexta (3). A medida está sendo tomada porque o governo deseja aplicar a mesma prova e evitar o gasto com reimpressão. O valor total da aplicação da prova em nova data ainda é desconhecido pelo governo.
O que aconteceu
Concurso custou R$ 50 milhões, mas valor da reaplicação ainda não foi calculado. O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, e a ministra da Gestão, Esther Dweck, afirmaram que o governo ainda não sabe quanto custará o adiamento da prova. O custo inicial do exame foi de R$ 50 milhões.
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Despesas já pagas. Apesar de o novo valor ainda ser desconhecido, Esther Dweck disse que a aplicação em nova data certamente terá uma cifra menor, porque as provas já estão impressas e os 200 mil funcionários foram pagos. Ela ressaltou que o valor arrecadado com inscrições superou os custos.
Tamanho da logística vai definir custos. Segundo a ministra, a logística para a aplicação em nova data será complexa, uma vez que 65% das provas já estavam nos locais de exame. A distribuição começou na quinta-feira, e o transporte foi feito pelos Correios com escolta da PRF e da Força Nacional de Segurança. As mesmas provas devem ser utilizadas na nova data.
Em princípio nossa ideia é tentar manter a mesma prova.
Ministra da Gestão, Esther Dweck
Proteção contra vazamentos. As provas serão recolhidas para um local seguro num esforço de as questões não vazarem. O depósito de armazenamento terá a obrigatoriedade de ser certificado pela Abin e será semelhante a uma estrutura usada pelo Enem.
Chuva adia distribuição no Rio Grande do Sul. Os cadernos de questões enviados para o Rio Grande do Sul continuavam em Porto Alegre e a distribuição para o interior se tornou inviável por causa das chuvas. A situação piorou agora com o aeroporto e a rodoviária da cidade interditados.
A gente estava com tudo pronto, cursos de formação prontos, mas a gente acha que tomar essa decisão agora foi totalmente acertada e que em duas semanas a gente vai ter uma nova data, todo mundo vai poder se reprogramar. Não posso dizer quando, mas em maio provavelmente não será.
ministra Esther Dweck
Nova data depende de logística
Estudo de nova data. O governo não tem uma previsão sobre quando o concurso será feito. A expectativa é anunciar a decisão em duas semanas, mas em entrevista ao UOL News, Esther Dweck adiantou que dificilmente o exame será aplicado em maio. Ela disse ainda que a admissão dos novos servidores, prevista para agosto, também será postergada.
Reorganização da logística. A ministra explicou que é preciso encontrar uma data em que toda a estrutura necessária esteja disponível. O Enem dos concursos envolve:
- 228 cidades
- 4 mil locais de prova
- 65 mil salas
- 200 mil funcionários, como fiscais
- 2,1 milhões de candidatos
Semana de reuniões. Encontros com diferentes instituições serão feitos nos próximos dias para tratar desta logísitca. A ministra ressaltou que é preciso dar tempo para o Rio Grande do Sul se restabelecer e os candidatos do estado poderem fazer o concurso.
É uma questão logística muito complexa que envolve o Brasil inteiro.
ministra Esther Dweck
Calamidade pública no RS
O Rio Grande do Sul é atingido por chuvas intensas desde 24 de abril. Há pelo menos 37 mortos e dezenas de pessoas estão desaparecidas, informou a Defesa Civil.
Quase metade das cidades do estado foram afetadas. Ao todo, 235 dos 497 municípios gaúchos sofrem as consequências das fortes chuvas. Há 23 mil pessoas desalojadas, 7.949 em abrigos e 74 feridos, de acordo com o último balanço da Defesa Civil.
O governador Eduardo Leite (PSDB) decretou estado de calamidade pública na noite de quarta (1º). As chuvas e enchentes foram classificadas como desastres de nível 3, "caracterizados por danos e prejuízos elevados".
Em Porto Alegre, a previsão é que o nível do rio Guaíba suba cinco metros. Em 1941, quando uma cheia histórica inundou parte do centro de Porto Alegre, o rio atingiu 4,76 metros.
Na quinta-feira (2), a barragem 14 de Julho, entre Cotiporã e Bento Gonçalves, rompeu parcialmente. Com o rompimento, uma onda de dois metros de altura varreu a região de Bento Gonçalves.
No mesmo dia, o presidente Lula (PT) visitou o estado e prometeu recursos. Um comitê de crise foi instaurado com sete ministros, e pelo menos três pastas já anunciaram que implantarão comitês no RS para operar localmente as ações de combate.