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Como aplicar em fundos de investimento?

Fundos de investimento: saiba o que são e como investir - Shutterstock
Fundos de investimento: saiba o que são e como investir Imagem: Shutterstock

Do UOL, em São Paulo

27/12/2019 15h48Atualizada em 18/02/2021 15h41

Você já deve ter ouvido falar de fundo de investimento. Com a rentabilidade da poupança em baixa, eles viraram uma alternativa importante para ganhar dinheiro. Mas, antes de sair aplicando, é bom entender o que são fundos de investimentos.

O que é um fundo de investimento?

Um fundo de investimentos pode ser comparado a um condomínio. Cada um dos investidores é um "morador" desse prédio e dono de uma cota ("apartamento").

Os cotistas (os "moradores") compram uma quantidade de cotas ao aplicar e pagam uma taxa de administração a um terceiro (o administrador) para coordenar as tarefas do fundo e gerenciar seus recursos no mercado.

Ao comprar cotas de um determinado fundo, o cotista está aceitando suas regras de funcionamento (aplicação, resgate, horários, custos etc.) e passa a ter os mesmos direitos dos demais cotistas, independentemente da quantidade de cotas que cada um possui.

O funcionamento dos fundos de investimento obedece às normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a um regulamento próprio.

É muito importante que se faça a leitura do regulamento do fundo de investimento, pois é nele que poderão ser encontrados as regras de diversificação da carteira de ativos, grau de risco, taxa de administração e despesas, regras de aplicação e resgate de cotas etc.

O que é uma cota?

Uma cota é a fração de um fundo. O patrimônio de um fundo de investimento é a soma de cotas que foram compradas pelos diferentes investidores. O valor da cota é resultante da divisão do patrimônio líquido do fundo pelo número de cotas existentes.

Quando o investidor aplica seu dinheiro no fundo, está comprando uma determinada quantidade de cotas, cujo valor é diariamente apurado. As instituições informam o valor das cotas dos fundos nos principais jornais ou na internet.

O valor da cota se altera diariamente, mas sua quantidade de cotas é sempre a mesma, exceto quando:

  • É feito um resgate (a quantidade de cotas diminui)
  • É realizada uma nova aplicação (um novo montante de cotas está sendo adquirido)
  • É recolhido o Imposto de Renda ("come-cotas"). Neste caso, o valor devido de IR será abatido em quantidade de cotas

O que é alavancagem

No caso dos fundos de investimento, é a possibilidade de ocorrer perda superior ao patrimônio líquido de um fundo. É verdade que isso aumenta as chances de ganho. Porém, também aumenta o risco para quem participa de um fundo de investimento que usa a estratégia de alavancagem.

O investidor pode até ser chamado pelo administrador para fazer aportes que cubram eventuais prejuízos. O regulamento e o prospecto informam se o gestor do fundo está autorizado ou não a fazer esse tipo de operação.

Como investir em fundos de investimentos

O primeiro passo é escolher o fundo que mais atenda aos seus objetivos. Depois disso, para fazer a primeira aplicação, você deve procurar informações de quais são procedimentos que a instituição financeira escolhida determina para iniciar suas aplicações.

Na maioria dos casos, as empresas solicitarão o preenchimento de um cadastro, cópia dos documentos pessoais e, talvez, a abertura de uma conta-corrente.

Há vários canais de atendimento para auxiliar os investidores: agências, centrais telefônicas, internet e consulta pessoal.

Taxas dos fundos de investimentos

Taxa de administração

É a mais frequentemente cobrada pelos fundos. É quanto o fundo (os cotistas) deve pagar pela prestação de serviço do gestor, do administrador e das demais instituições presentes na operacionalização do dia a dia.

A taxa de administração pode variar muito de instituição para instituição e de produto para produto e ela é um percentual ao ano sobre o patrimônio do fundo.

Normalmente, os fundos de renda fixa têm taxas mais baixas do que os fundos de ações.

Mas não caia no erro de aplicar num fundo só porque a taxa de administração é menor ou maior. Nem sempre há uma relação direta ou oposta entre o valor da taxa de administração e o desempenho do fundo.

Importante: quando o administrador divulga a rentabilidade de um fundo, ela já é líquida de taxa de administração. Para saber qual a taxa de seu fundo, consulte o prospecto.

Taxa de performance

Esta é a taxa cobrada do cotista quando a rentabilidade do fundo supera a de um indicador de referência, conhecido como "benchmark", e serve para remunerar uma boa administração.

Esse indicador é previamente estabelecido desde a criação do fundo, e o cotista tem conhecimento antes mesmo de fazer a aplicação. A taxa de performance é cobrada somente sobre a rentabilidade que ultrapassar o "benchmark", e existe uma periodicidade mínima para sua cobrança.

Como nem todo fundo cobra esta taxa. Saiba se o fundo que você pretende aplicar cobra ou não consultando o prospecto.

Exemplo: se um fundo apresenta taxa de performance de 20% sobre o que exceder a variação do CDI, significa que, se a rentabilidade do fundo ultrapassar esta marca, você ficará com 80% do excedente:

  • Rendimento do fundo no ano: 15%
  • Variação do CDI no ano: 10%
  • Excedente sobre o qual incidirá a performance: 5%
  • Taxa de performance ou remuneração "extra" que será paga: 1%

Importante, quando o administrador divulga a performance de um fundo, ela já é líquida de taxa de performance.

Tipos de fundos de investimentos

Os fundos de investimento são regidos e classificados de acordo com as normas determinadas pela Instrução 555, de 17/12/2014 da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), em vigor desde 1º de outubro de 2015.

Veja mais informações na página da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

Pela nova norma, os fundos foram divididos em quatro classes:

1) Fundos de renda fixa

2) Fundos de ações

3) Fundos multimercado

4) Fundos cambiais

Quais são os riscos de investir em fundos

São três tipos de risco. Eles não existem isoladamente. Estão interligados e um pode ser consequência do outro. Por isso, é muito importante a escolha da instituição que administrará seu patrimônio.

  • Risco de crédito: É o risco decorrente da possibilidade de a contraparte não cumprir suas obrigações, parcial ou integralmente, diante da data combinada.

    Consiste não somente em risco de a instituição ficar totalmente inadimplente com suas obrigações, mas também em apenas poder pagar uma parte de seus compromissos, após a data combinada.

    Neste tipo de risco, o emissor de títulos pode não honrar o principal ou o pagamento de juros. Um investidor aceita um investimento com alto risco de crédito pela compensação de ter uma rentabilidade maior.

    Importante: quando você compra cotas de um fundo de investimento não está aderindo ao risco de crédito da instituição que administra o fundo. O risco está na carteira, não em quem administra.

    Se a instituição na qual você tem investimentos quebrar, você só vai perder a parcela do patrimônio investida em ativos desta instituição financeira. Vale reforçar que um fundo não pode ter mais que 20% do seu patrimônio investido em papéis da mesma instituição financeira que o administra. Se não houver papéis daquela instituição na carteira, o banco quebra e seu dinheiro continua protegido no fundo.

  • Risco de liquidez: Esse risco é decorrente da dificuldade em se conseguir encontrar compradores potenciais de um determinado ativo no momento e no preço desejado. Ocorre quando um ativo está com baixo volume de negócios e apresenta grandes diferenças entre o preço que o comprador está disposto a pagar (oferta de compra) e aquele pelo qual o vendedor gostaria de vender (oferta de venda).

    Quando é necessário vender algum ativo num mercado ilíquido, tende a ser difícil conseguir realizar a venda sem sacrificar o preço do ativo transacionado.

  • Risco de mercado: Este tipo de risco é associado à possibilidade de desvalorização ou de valorização de um ativo (título público ou ação, por exemplo), devido às alterações políticas, econômicas ou em decorrência da situação individual da empresa ou banco que emitiu o ativo.

    É a possibilidade de ocorrer mudanças no valor do seu investimento associadas à notícia ou acontecimento que diz respeito direta ou indiretamente à aplicação que você escolheu. Um exemplo clássico é a Bolsa de Valores, que tem altas ou baixas em consequência de movimentos favoráveis ou desfavoráveis do mercado.

Dúvidas e sites úteis

Mais informações sobre investimentos em fundos podem ser obtidas no site Portal do Investidor, da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Dúvidas também podem ser esclarecidas pelo Serviço de Atendimento ao Cidadão da CVM.

A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) também oferece, por meio do portal "Como investir?", informações sobre fundos de investimentos.

Fontes: Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), CVM (Comissão de Valores Mobiliários), Corretora Ágora, FEI (Faculdade de Engenharia Industrial), "Fundos de Investimento - Começando antes de investir", (Luiz Roberto Calado, editora Campus), PUC (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e XP Investimentos

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