Professor da FGV ensina a fugir dos juros na sua TV para a Copa
Anne Dias
A Copa do Mundo está aí e você está precisando comprar um novo aparelho de televisão. O dinheiro é pouco e as ofertas são muitas?
Em dia de decisão do Banco Central sobre os juros básicos (a taxa Selic), O UOL Economia levou o o professor de finanças pessoais da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), Carlos Alberto Di Agustini, às compras. Ele deu dicas práticas para os consumidores.
"Primeiro, controle a emoção. Este é o momento propício para cometer enganos", diz o professor.
E o pior dos enganos, diz Agustini, é não ficar atento aos juros cobrados.
O técnico instalador George Pimenta sempre cai nessa armadilha. "Não olho os juros, mas a prestação", afirma Pimenta.
"Esse é um erro cometido por quase todos os brasileiros, infelizmente", diz Agustini.
O problema é que, olhando só para o valor das prestações, o consumidor perde a noção de quanto de fato está pagando pelo bem.
Em média, diz o professor, as lojas cobram 4% ao mês de juros num parcelamento.
"Se tiver dinheiro aplicado, é melhor sacar e comprar à vista. O juro embutido na venda a prazo é muito maior", afirma.
Toda loja tem de informar os juros. É lei, segundo o Banco Central.
"E tem de informar também o CET (Custo Efetivo Total, que são os juros mais os encargos). É preciso pesquisar para ver os juros que estão cobrando", afirma o professor.
O ideal
Segundo Agustini, melhor mesmo seria juntar dinheiro e pagar o televisor à vista.
"Se não der tempo, já que a Copa está começando, o consumidor tem de procurar o menor juro e tomar cuidado com as ofertas sem taxas. Elas estão embutidas no valor da prestação."
E se o vendedor for linha dura? "Peça para falar com o gerente da loja", diz Agustini.