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Com juros em alta, renda fixa fica mais atraente; veja dicas para investir

Sophia Camargo

Do UOL, em São Paulo

29/11/2013 06h00

Com a elevação da taxa Selic, a taxa de juros básica do país, para 10% ao ano, as aplicações de renda fixa, como fundos, ganham mais atratividade.

Especialistas concordam que todas as aplicações baseadas em juros ganham, já que, com a inflação a 6% ao ano, o juro real (descontada a inflação) passa a ser de quase 4% em números arredondados.

O professor de Mercado Financeiro da Trevisan Escola de Negócios Alcides Leite acha que agora o investidor está no melhor momento para aplicar em renda fixa, porque a taxa de juros não deve continuar a subir e a inflação dá sinais de desaceleração.

"O governo já sinalizou que não pretende aumentar muito mais a Selic. E como a inflação parece ter se estabilizado, essa situação deve garantir para o investidor um rendimento real melhor do que no pior cenário, que era quando a inflação estava em alta e Selic em queda."

Veja opções para investir melhor:

Fundos - Ficam atrativos, mas é preciso cuidado com taxas e Imposto de Renda. O administrador de investimentos Fábio Colombo diz que o ganho real (acima da inflação) continua muito baixo quando se retiram os custos envolvidos.

Com  taxa de administração do fundo em 1% e mais Imposto de Renda de 15%, um ganho real de 4% cai para 1,6% ao ano, estima Colombo.

Se a aplicação permanecer menos de 6 meses, o IR é de 22,5%. Nesse caso, sobra apenas 1% de retorno ao investidor.

"Agora você tem a possibilidade de tirar de 1% a 2% limpos ao ano, o que é uma mixaria. Vai ter que brigar por uma taxa de administração melhor", diz Colombo.

LCIs e LCAs - As aplicações em Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) vêm ganhando destaque pela isenção do IR, mas muitas exigem um prazo de carência para retirar o dinheiro. Ou seja, numa emergência, o aplicador tem restrições para sacar o valor.

Tesouro Direto - Roberto Indech, da Rico.com.vc, em sua recomendação aos clientes da corretora, avalia que o aumento da Selic é oportunidade para os investidores se lançarem às compras de títulos públicos, especialmente no Tesouro Direto.

Segundo ele, a poupança perde para os títulos. Se o investidor aplicar R$ 10 mil, em dois anos, ganha R$ 12.125,12 líquidos (21,25%). A poupança teria rendido R$ 11.278,44, calcula Indech.

Outra recomendação da corretora são as NTN-Bs principais com vencimento para maio de 2019. Esses títulos pagam um prêmio fixo mais a variação da inflação, que, segundo estimativas dos especialistas, deve resultar numa rentabilidade de 12% ao ano.

A recomendação, porém, é que o investidor fique com o título até a data do vencimento, para evitar as oscilações do preço do papel no período, o que pode fazer com o que aplicar perca bastante se tiver de se desfazer dos papéis antes do prazo.

Ações - Para Fábio Colombo, atualmente são os ativos mais baratos em função de todos os problemas da economia. "Tivemos os problemas na Petrobras, nas empresas de Eike Batista. Com isso, a Bolsa está em níveis muito baixos. Quem tiver estômago para comprar e não precisar mexer nos próximos cinco anos acredito que fará um bom negócio", diz. O conselho do administrador é que o investidor procure um fundo de ações com taxa de administração de cerca de 2% ao ano e sem taxa de performance.

Dólar - indicado apenas para quem vai ter despesas na moeda. Para Alcides Leite, a moeda deverá continuar com tendência de alta por conta situação do balanço de pagamentos do Brasil. "Quem vai viajar deve comprar logo a moeda, não fica 'ensebando' para não ter surpresas desagradáveis."

Fundos imobiliários - Para Alcides Leite, é um mercado que começa a ficar mais restrito, pois a oferta de imóveis está começando a se equilibrar com a demanda e a tendência é que os preços caiam daqui a pouco. Com isso, ele afirma que será melhor procurar um fundo que atenda demandas de infraestrutura como logística. "Edifícios comerciais e residenciais dependem muito da região onde estão instalados."

Fundos multimercado – Esses fundos misturam diversos ativos como juros, Bolsa, câmbio, por exemplo. O perigo, para Fábio Colombo, é que o investidor não sabe o risco que está correndo, pois a composição da carteira muda muito rapidamente. "Além disso, as taxas costumam ser mais salgadas." Para Alcides Leite, os fundos multimercados são bons para mitigar riscos, mas não são um tipo de investimento que garanta um rendimento muito bom historicamente.

Poupança - Tem a vantagem de não cobrar taxa de administração nem Imposto de Renda. Por isso, é indicada para aplicações que vão ficar por um curto período de tempo. Desde que a Selic ultrapassou os 8,5% O rendimento de 6,17% + TR enquanto a Selic está acima de 8,5% ao ano faz com que esta aplicação seja mais vantajosa quando comparada a fundos com taxa de administração acima de 2% ao ano.