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Balanço de empresa mostra se é uma boa comprar ações dela; saiba o que ver

João José Oliveira

do UOL, em São Paulo

01/05/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Empresas que têm ações negociadas em Bolsa começam a apresentar resultados do 1º trimestre
  • Analistas dizem que investidores devem prestar atenção ao dinheiro em caixa das empresas
  • Quantidade de recursos em caixa é importante para empresa poder atravessar crise da covid-19

As empresas com ações na Bolsa começaram a divulgar os resultados do primeiro trimestre deste ano. Para quem investe ou quer investir em ações ou fundo de ações, é a oportunidade para checar o quanto a crise do coronavírus atingiu as companhias e que empresas estão em melhores condições.

Antes de mais nada, porém, especialistas alertam que os números não refletem totalmente o impacto das medidas de isolamento social para conter a pandemia porque se referem apenas ao período de 1º de janeiro a 31 de março. O impacto ainda será sentido pelo menos até o segundo trimestre, já que as medidas continuam em vigor em abril e maio.

Dinheiro em caixa

Para o economista-chefe do banco digital Modalmais, Alvaro Bandeira, há setores que serão menos, e outros mais afetados. "As empresas que vão se destacar serão aquelas que têm liquidez e que poderão conseguir atravessar a crise com mais um pouco de gás", afirmou.

A quantidade de dinheiro em caixa é uma informação muito importante, segundo Marcelo Botelho Moraes, professor de contabilidade da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto. Quanto mais recursos uma companhia tiver, maior a possibilidade de que consiga sobreviver ao período de vendas magras. Ele lembra que as empresas não conseguem cortar custos na mesma velocidade com que as receitas caem. Por isso, ter reserva de caixa é fundamental para cobrir os compromissos fixos, como salários, aluguéis, fornecedores etc.

Veja abaixo alguns indicadores dos balanços que merecem atenção especial do investidor, porque darão pistas sobre o quanto a empresa está preparada para atravessar a crise.

Liquidez corrente

Compara quanto dinheiro a empresas tem disponível para usar imediatamente e quanto precisa desembolsar para pagar compromissos também de curto prazo. Para chegar a esse indicador, é preciso dividir o número na linha do balanço do "ativo circulante" pelo número do "passivo circulante". Quanto mais baixo esse resultado, mais complicada é a situação da companhia.

Um bom referencial é o da liquidez corrente média das empresas brasileiras com ações na Bolsa, de 2,1. Ou seja, para cada R$ 1 de despesa de curto prazo, as companhias tinham R$ 2,1 em caixa.

Ciclo financeiro

Mostra quanto tempo uma empresa leva para receber o pagamento por um produto ou serviço depois de ter feito um gasto para colocá-lo no mercado.

Por causa desse intervalo de tempo, as empresas precisam ter uma parte dos ativos em caixa em dinheiro. Na média, as ações de empresas na Bolsa brasileira têm ao redor de 10% de seus ativos em caixa, com liquidez imediata, o que é um bom referencial para a sua análise.

Dívida em relação à receita

Refere-se a quanto da receita uma empresa gasta para pagar suas dívidas. Quanto mais endividada, mais a empresa vai gastar com esses compromissos e, assim, mais complicado será para essa companhia atravessar um período de queda de vendas.

Moraes destaca que as empresas com ações na Bolsa são, em sua grande maioria, companhias de grande porte, com recursos em caixa para não correr risco de dar calote.

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