IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Bancos aumentam juros de financiamento imobiliário; veja taxas

Vinícius Pereira

Colaboração para o UOL, em São Paulo

29/08/2021 04h00

As novas altas da taxa básica de juros (Selic) já se refletem no crédito imobiliário, deixando o sonho da casa própria mais caro para os brasileiros. Após mais uma elevação da Selic, agora em 5,25% ao ano, alguns bancos reajustaram as taxas cobradas nessa linha de empréstimo nos últimos dias.

"Sempre que houver alta na taxa básica de juros, a Selic, as taxas cobradas de financiamento imobiliário devem acompanhar esse aumento", disse Johnny Mendes, professor de economia da Faap (Fundação Armando Alvares Penteado).

O Itaú Unibanco, por exemplo, fez mudanças a partir de 5 de agosto em suas taxas para novos contratos de crédito imobiliário. O banco informou, em nota, que os contratos vigentes não sofrerão alterações. Banco do Brasil e Santander também fizeram mudanças.

O UOL perguntou aos cinco maiores bancos quais são as taxas iniciais cobradas e o CET (Custo Efetivo Total - o valor final cobrado do cliente) para o financiamento imobiliário. Confira:

Banco do Brasil

  • De 6,39% ao ano (a.a).+TR (Taxa Referencial, atualmente zerada) para 6,55% a.a.+ TR
  • CET (Custo Efetivo Total) atual: a partir de 8,35% a.a.

Bradesco

  • A partir de 6,9% a.a. + TR
  • Custo Efetivo Total: não divulgado

Caixa

  • A partir de 7% a.a + TR
  • Custo Efetivo Total: não divulgado

Itaú Unibanco

  • De 6,9% a.a. + TR para 7,3% a.a. + TR
  • Custo Efetivo Total: não divulgado

Santander

  • De 6,99% a.a. +TR para 7,99% +TR
  • Custo Efetivo Total: a partir de 8,77% a.a.

As mudanças podem ser aplicadas só para quem ainda não teve o financiamento aprovado pelo banco. Se o contrato já está fechado, as condições anteriores, melhores, continuam valendo.

Para Mendes, mesmo com o recente aumento nas taxas de juros cobradas no crédito imobiliário, o momento ainda é propício para o financiamento da casa própria.

"Ainda vale a pena. Claro que os juros aumentaram. Mas, para algumas situações, onde há maiores subsídios, como o [programa] Casa Verde Amarela, há ainda ótimas condições, pois o governo deve manter uma taxa de subsídio maior", afirmou.

Além disso, segundo o especialista, o financiamento imobiliário deve ser influenciado também pelo comportamento das taxas de juros de longo prazo, que são influenciadas pelo comportamento macroeconômico da economia brasileira.

"Nas taxas de longo prazo, há outros fatores considerados, como risco-país, riscos cambiais, que acabam influenciando seu comportamento. Então, quando eu vejo a taxa de longo prazo, ela está ficando mais alta. Como financiamentos imobiliários são de 20 a 35 anos, eles são mais próximos desses títulos e acompanham mais essa variação do que a da Selic propriamente dita", afirmou Mendes.