Uso da IA traz alguns riscos e poucas vantagens na declaração do IR
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A inteligência artificial está cada vez mais presente em nossas vidas, agilizando diversos processos. O uso da tecnologia na declaração de Imposto de Renda, no entanto, apesar de trazer benefícios como o cruzamento de informações e cálculos de deduções rapidamente, pode representar riscos à segurança, com o compartilhamento de dados pessoais, e aumenta a chance de erros, se o contribuinte não checar o que dito pela IA.
Vale a pena usar IA na declaração?
Tecnologia ajudam, mas não fazem a declaração. Essas ferramentas servem para tirar dúvidas sobre as principais regras, como as deduções permitidas em saúde e educação, mas não são úteis para gerar a declaração do Imposto de Renda. Isso deve ser feito exclusivamente por intermédio do PGD (Programa Gerador da Declaração).
Extração de dados. O professor de Finanças no Curso de Administração da ESPM, Paulo Faria, diz que esse recurso pode auxiliar os contribuintes na extração automática de informações de documentos, tais como informes de rendimentos e recibos, utilizando técnicas de OCR (reconhecimento óptico de caractere). "Este processo pode reduzir erros e economizar tempo dos contribuintes", ressalta Faria.
Assistência virtual. Há ainda a opção dos chatbots, que respondem a perguntas frequentes sobre a declaração, orientando os contribuintes sobre prazos, documentos necessários e deduções permitidas. Essas informações, entretanto, também podem ser encontradas em outros sites, inclusive no da própria Receita.
Mas é preciso cautela na hora de usar IA. O principal risco está relacionado à segurança da informação, já que no desenvolvimento da declaração do imposto de renda o contribuinte insere dados pessoais sensíveis, como informações cadastrais, financeiras e patrimoniais.
Não dá para confiar 100% na IA. Contribuinte precisa checar todas as informações passadas pela IA, que ainda costumam errar bastante e não têm a credibilidade de sites especializados ou de órgãos oficiais.
Receita já usa alta tecnologia em seus processos. A declaração pré-preenchida pode ser acessada pela conta gov.br, o que simplifica esse processo uma vez, como explica o professor, "que já traz informações relativas a rendimentos, deduções, bens e direitos, pagamentos, que podem ser usadas sem a necessidade de digitação, que fica com a responsabilidade de verificação da correção dos dados, devendo realizar as alterações, inclusões e exclusões das informações necessárias, se for o caso."
Receita não restringe o uso de IA. A Receita Federal não faz restrições para o uso dessas ferramentas no preparo da declaração, mas o professor de Finanças no Curso de Administração da ESPM, Paulo Faria, alerta para as responsabilidades dos contribuintes.
O declarante deve verificar a correção dos dados, não podendo se esquivar da responsabilidade ou repassar eventual culpa de erros para terceiros, em caso de inconsistência, pois o Fisco está cada vez mais preparado para fazer o cruzamento de dados e a verificação das informações prestadas.
Paulo Faria, professor de Finanças no Curso de Administração da ESPM