IPCA
0,83 Mar.2024
Topo

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Veja quais foram os 20 melhores fundos de ações e multimercados em janeiro

Com Ibovespa em alta de quase 7%, veja os melhores fundos de ações e multimercados em janeiro - Orientfootage/iStock
Com Ibovespa em alta de quase 7%, veja os melhores fundos de ações e multimercados em janeiro Imagem: Orientfootage/iStock

10/02/2022 04h00

O Ibovespa —principal índice de ações brasileiro—, terminou janeiro cotado a 112.144 pontos, o que representa um aumento de quase 7%.

Com a Bolsa em alta, quais fundos de investimento tiveram melhor performance? Fundos de ações foram uma boa opção? Veja abaixo os 10 melhores fundos de ações e os 10 melhores multimercados em janeiro, com uma análise completa sobre o tema.

O desempenho da Bolsa de Valores

O Ibovespa fechou o primeiro mês do ano com uma alta de 6,98%, enquanto o CDI (Certificado de Depósito Interbancário, que é um título de renda fixa com curto prazo e emitido por bancos) teve um rendimento de aproximadamente 0,7% no mesmo período. Já o dólar desvalorizou 4% frente ao real.

Apesar do saldo positivo do índice no mês, o número não conta os apertos passados pelos investidores, que logo nos primeiros dias do ano viram a Bolsa cair 3,6% —para depois recuperar e fechar em terreno positivo.

Também não faltaram preocupações em início de ano marcado por fortes acontecimentos tanto internacionais quanto locais. Do lado internacional houve expectativas de aumento de juros do Fed —o Banco Central americano—; e as tensões entre Rússia e Ucrânia, que colocaram o resto do mundo a esperar ansiosamente o desenrolar da história.

No cenário nacional já foi iniciada a corrida eleitoral, que causará ainda mais oscilações nos mercados; além do cenário de juros mais altos e a inflação persistentemente alta —devido também ao aumento agregado do preço das commodities (matérias-primas como petróleo e minério de ferro, por exemplo).

Melhores fundos multimercados

Com um mês predominantemente positivo para o mercado brasileiro, se destacaram os fundos de multimercados com maiores posições em ações.

No caso do Helius Lux, fundo que rendeu 9,9% em janeiro, a performance positiva no período veio principalmente das posições em ações relacionadas ao setor de óleo e gás —reflexo das tensões geopolíticas entre Rússia e Ucrânia e também das instituições financeiras, à medida em que os investidores voltam a migrar seus olhares para os investimentos de valor no mercado.

Além disso, os gestores de fundos multimercado comentam que, para os próximos meses, seguem posicionados em commodities via petróleo, siderurgia e mineração —setores que possuem maior correlação com temas globais—, e em bancos tradicionais —devido à característica anticíclica dos bancos em um ambiente macroeconômico mais desafiador.

Também aumentaram a exposição às empresas dominantes do varejo físico e shoppings diante do processo de normalização e reabertura da economia.

Os gestores do Ibiuna Investimentos ressaltam a preocupação com o cenário econômico brasileiro e dizem preferir empresas com forte vantagem estratégica em seus mercados e menor exposição à atividade doméstica (local).

Para os próximos meses, a casa continua aumentando a exposição aos bancos tradicionais (como Itaú e Bradesco), dado o valuation —processo de avaliação de uma empresa, que estipula seu valor real— mais atrativo que os demais ativos quando ajustado pela expectativa de crescimento.

No setor elétrico, destacam a Ômega Energia S.A. (MEGA3), resultado da conclusão da fusão entre Ômega Geração S.A. (OMGE3) e Ômega Desenvolvimento S.A., que apresenta um potencial de crescimento adicional via projetos greenfield (em fase inicial) com um já comprovado baixo risco de execução. Os gestores também comentam a redução de risco com "partes relacionadas", a boa governança corporativa demonstrada durante a fusão e que o atual valuation das ações (TIR de IPCA + 12%) está atrativo.

Na carteira de ações a Ibiúna mantem posições relevantes em:

Veja como a grade de fundos do PagBank pode te ajudar a alcançar seus objetivos.

Melhores fundos de ações

Apesar do retorno positivo em janeiro, nem todos os setores da Bolsa brasileiro tiveram um mês favorável. Houve destaque positivo para empresas ligadas a commodities e ao setor financeiro, mas foi um período mais difícil para os segmentos de tecnologia e industriais.

Em relação ao RPS Selection, que teve rentabilidade de 11% em janeiro, a casa destaca que o mês foi marcado por forte realização dos mercados americanos, como não viam há bastante tempo.

A forte alta dos juros versus uma postura cada vez mais Hawkish (menor tolerância à inflação) por parte do Fed afetou principalmente o setor de tecnologia. O setor financeiro, em contrapartida, apresentou uma performance bastante positiva.

Outro movimento relevante foi o petróleo, que continuou sua trajetória de alta do mês anterior. Os maiores destaques do fundo foram as posições nos setores de saúde (como a Hapvida, com código HAPV3) e consumo (como o Grupo Soma, com código SOMA3), além de uma alocação em alumínio.

Para os próximos meses, o gestor do fundo RPS Selection diz estar otimista com os mercados globais, apesar de acreditar que estamos entrando em um período conturbado de retirada de estímulos monetários em várias regiões do mundo.

De acordo com ele, a principal exposição do fundo atualmente é o setor de commodities, que se beneficia de um "descasamento" entre oferta e demanda no setor —e que dificilmente será resolvido nos próximos anos, devido à falta de investimentos para aumento da capacidade produtiva.

Já para o gestor do Butiá Fundamental, fundo que teve retorno de 8,5% no mês, as maiores preocupações também incluem a curva de juros americana. Ele ressalta que a persistência da inflação americana, paralelamente à alta das expectativas para os juros, tem causado uma rotação da alocação global em investimentos, como a venda e consequente queda das ações de empresas de crescimento —ou seja, companhias que possuem fluxos de caixa em períodos mais de médio e longo prazo, como no setor de tecnologia— e dos ativos que não geram caixa, como as criptomoedas.

Os recursos vindos dessas vendas têm sido direcionados à compra e consequente alta das ações de empresas de valor —isto é, companhias que possuem fluxos de caixa concentrados em prazos mais curtos, como no setor de commodities e de bancos tradicionais.

Sobre o resultado do fundo Butiá Fundamental, o gestor comenta que os ganhos vieram principalmente de posições compradas em óleo e gás com PetrioRio, Petrobras e 3R Petroleum —que, além de apresentarem valuations muito interessantes, servem de hedge (proteção) para o resto das posições, caso haja uma alta maior do petróleo e, consequentemente, uma alta da inflação e dos juros.

Ainda no setor de commodities, o fundo possui posição em Vale, cujo valuation e geração de caixa permitem uma ampla margem de proteção para variações no preço do minério, e pode se beneficiar do cenário de curto prazo.

Conforme dados da Quantum Finance, base de informações financeiras, foram considerados fundos para investidores em geral de gestão ativa com mais de R$ 50 milhões de patrimônio líquido, investimento mínimo até R$ 5.000 e mais de 100 cotistas.

Conheça aqui os fundos disponíveis do PagBank.