Quando eu consigo parar de trabalhar se investir R$ 1.000 todo mês?

Se você investir R$ 1.000 todos os meses, em quanto tempo você consegue ter uma renda passiva de até R$ 10 mil por mês e assim nunca mais precisar trabalhar?
Na coluna de hoje eu respondo essa pergunta com simulações baseadas em dados atuais do mercado. No final, explico ainda como identificar promessas irreais que existem por aí dizendo que aplicando bem menos do que isso se consegue uma renda maior.
Renda de R$ 3.000 por mês: 18 anos
Para obter uma renda passiva de R$ 3.000 por mês, é preciso fazer aportes mensais de R$ 1.000 durante, aproximadamente, 18 anos.
Esse cálculo, assim como todos desta coluna, consideram que você consiga um rendimento médio de 8% ao ano ao longo de todo o período, já descontado o Imposto de Renda e a inflação.
O rendimento de 8% ao ano é possível obter, atualmente, apenas por meio de fundos de investimento imobiliário (FIIs) e ações.
Você pode ter visto ofertas de investimentos de renda fixa de baixo risco com rendimento acima de 12% ao ano, mas esse dado não desconta a inflação nem o IR. Se tirarmos o tributo e a inflação, o rendimento fica em torno de 7%.
Renda de R$ 5.000 por mês: 23 anos
Investindo R$ 1.000 todos os meses, é possível obter uma renda passiva de R$ 5.000 mensais após 23 anos de aportes.
Repare que aguardando apenas mais cinco anos, você aumenta a sua renda em 67% (de R$ 3.000 para R$ 5.000).
Por isso, é muito importante não desistir no meio do caminho. Muitas pessoas que não conhecem o poder dos juros compostos acabam parando de fazer aportes porque já passaram muito tempo investindo e não estão vendo uma renda passiva grande.
Só que na prática o seu patrimônio não está crescendo em linha reta, e sim de forma acelerada.
Renda de R$ 10 mil por mês: 32 anos
Quem não conhece os juros compostos pode achar que, se são necessários 23 anos para se obter uma renda de R$ 5.000, seria preciso investir 46 anos para uma renda de R$ 10 mil.
Na verdade, com apenas 32 anos se consegue uma renda passiva de R$ 10 mil por mês, sempre considerando uma rentabilidade líquida real de 8% ao ano.
A rentabilidade líquida real é aquela que desconta o IR e a inflação.
Em todos os cálculos desta coluna, estou considerando que você reajusta o valor dos aportes todos os anos, de acordo com a inflação. Por exemplo, se nos próximos 12 meses a inflação ficar em 10% ao ano, a partir do 13º mês você passa a investir R$ 1.100 mensais.
Outro ponto a se considerar é que, para o cálculo dar certo, é preciso que você reinvista todos os dividendos recebidos, seja com fundos imobiliários ou ações.
Promessas irreais
Você pode ter visto na internet diversas simulações mostrando que com um investimento mensal menor do que R$ 1.000 é possível obter um rendimento maior do que esses citados aqui, inclusive em menos tempo.
Isso ocorre porque muitas vezes as simulações consideram um rendimento líquido real de 1% ao mês ou mais, o que daria acima de 12% ao ano. Essa taxa, no entanto, não é fácil de ser obtida.
Outras vezes, as simulações não descontam a inflação.
Sempre que você se deparar com uma simulação desse tipo, procure saber se o autor descontou a inflação e qual é a taxa de rendimento líquido real usada.
Se a taxa for de 1% ao mês, pergunte se a carteira pessoal de investimentos do autor mantém essa rentabilidade média há mais de dez anos. Mais uma vez, não é nada fácil ter esse retorno.
Riscos
O investimento em fundos imobiliários e ações tem riscos. Não é garantido que você conseguirá essa rentabilidade de 8% ao ano. No entanto, atualmente existem diversos FIIs com esse retorno.
Antes de investir, é necessário conhecer os riscos para mitigá-los e aumentar as chances de atingir os seus objetivos financeiros.
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