Sílvio Crespo

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Reportagem

Quanto investir para receber R$ 1.000 todos os meses com alta da taxa Selic

Agora que o Banco Central aumentou a taxa básica de juros, a Selic, diversos investimentos estão rendendo mais. Na coluna de hoje eu mostro quanto é preciso investir para receber em média R$ 1.000 por mês com aplicações de baixo, médio e alto risco.

Baixo risco

Na aplicação de risco mais baixo que existe no Brasil, o Tesouro Selic, é preciso investir R$ 130 mil, aproximadamente, para se obter uma renda líquida de R$ 1.000 por mês, já descontando o Imposto de Renda.

Porém, quando se investe com o objetivo de fazer retiradas mensais, é importante considerar a inflação nos cálculos. Como referência, podemos pegar o IPCA, principal índice de preços do país, que acumulou uma alta de 4,2% nos últimos 12 meses.

Isso significa que, em um investimento de R$ 130 mil, você precisaria de um rendimento de R$ 432 por mês só para atualizar o valor pela inflação. Portanto, dos R$ 1.000 que você ganharia por mês, sobrariam apenas R$ 568 de rendimento real.

Caso você queira um rendimento real de R$ 1.000 por mês, precisará investir nada menos do que R$ 237 mil no Tesouro Selic. Nesse caso, você teria um rendimento nominal de R$ 1.828, dos quais R$ 828 seriam para corrigir o valor aplicado pela inflação.

Médio risco

Com fundos de investimento imobiliário (FIIs), que têm um risco médio, é possível obter uma renda em dividendos de R$ 1.000 por mês com um investimento total de, aproximadamente, R$ 121 mil.

Nesse cálculo não é preciso descontar a inflação, pois, em geral, os contratos dos fundos imobiliários já preveem um reajuste de acordo com os principais índices de preços.

Sendo assim, se você começar recebendo uma renda de R$ 1.000 por mês em dividendos, a tendência é de que esse valor, a longo prazo, seja corrigido pela inflação, no caso dos bons fundos imobiliários.

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Esse valor de R$ 121 mil para um retorno de R$ 1.000 por mês foi calculado a partir da mediana do retorno atual dos FIIs do setor de logística, que está em 9,92% ao ano.

Vale lembrar que o retorno dos FIIs não é garantido. Essa taxa de retorno só se confirmará se os FIIs continuarem remunerando os investidores no mesmo ritmo dos últimos 12 meses.

Alto risco

Investindo em ações, que oferecem um risco alto, o retorno em dividendos pode variar muito. Se considerarmos as empresas que tiveram lucro e pagaram dividendos nos últimos 12 meses, a mediana da taxa de retorno está em 4,86% ao ano.

Com essa rentabilidade, seria preciso investir R$ 247 mil para receber R$ 12 mil por ano em dividendos, o que daria uma média de R$ 1.000 por mês.

No entanto, na lista, há empresas com retorno baixíssimo, de menos de 1% ao ano, e outras acima de 15% ao ano. A Petrobras, por exemplo, está hoje com um retorno de 17,6% ao ano. Se a empresa continuar distribuindo dividendos no mesmo ritmo dos últimos 12 meses, seria preciso aplicar não mais do que R$ 68 mil para receber uma renda média de R$ 1.000 por mês.

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Porém, se no caso dos fundos imobiliários o retorno em dividendos não é garantido, no das ações é menos ainda. No trimestre passado, por exemplo, a Petrobras teve um prejuízo. Se a empresa passar a ter perdas frequentemente, o retorno poderá cair muito.

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Reportagem

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