Sílvio Crespo

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Reportagem

Com juros altos, investimentos de renda fixa são os melhores? Entenda

As aplicações de renda fixa estão oferecendo ganhos cada vez maiores por conta da alta da taxa básica de juros, a Selic.

Por conta disso, tenho recebido repetidas vezes no Instagram perguntas como: "Agora não vale mais a pena investir em fundos imobiliários? E em ações? A renda fixa é hoje o melhor investimento?"

Como a escolha da aplicação financeira é algo muito individual - tem a ver com as suas necessidades e a sua disposição em correr riscos - vou explicar como fazer para saber se a renda fixa é a melhor opção para você.

Como saber se a renda fixa vale a pena

Para saber se vai investir em renda fixa (que, em geral, é mais segura) ou variável (mais arriscada), você precisa fazer a si próprio estas duas perguntas:

  1. A rentabilidade da renda fixa é suficiente para a minha necessidade?
  2. Estou disposto a correr o risco da renda variável, em troca da possibilidade de um retorno maior?

Para responder a primeira pergunta, você precisa saber quanto rendem as aplicações de renda fixa hoje.

Para a segunda, é necessário entender quais as expectativas de ganhos na renda variável e também quais os riscos.

Vamos tratar desses dois pontos.

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Quanto rendem os investimentos de renda fixa hoje?

Recentemente, eu publiquei nesta coluna uma série de simulações mostrando quanto rendem as aplicações de renda fixa hoje.

Ali, mostrei que o Tesouro Selic, investimento mais seguro do país, tende a render 14,4% esse ano, o que daria 11,86%, descontando o Imposto de Renda.

Sendo assim, um aporte de R$ 1.000 geraria um ganho líquido de R$ 119 em 2025. Um investimento de R$ 10 mil geraria R$ 1.186, e um de R$ 50 mil renderia R$ 5.932.

Já uma LCA ou LCI com rendimento de 95% do CDI pode gerar uma rentabilidade de 13,6%, isenta de IR.

Você estaria satisfeito com esses rendimentos? Se a resposta for "sim", não precisa nem passar para a pergunta 2.

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Se esses valores não são suficientes ou se você não sabe, vamos continuar.

Qual o retorno esperado e quais os riscos da renda variável?

Primeiro, vamos falar do retorno esperado. Atualmente, o retorno em dividendos dos fundos de investimento imobiliário (FIIs) está em torno de 11,6% ao ano, tomando como exemplo os segmentos de logística e lajes corporativas.

Se, além disso, esperarmos que o preço das cotas supere a inflação, podemos projetar um rendimento em torno de 16,1% ao ano, já descontando o IR que incidiria sobre o ganho de capital.

E qual seria o risco disso? Bom, na verdade não há nenhuma garantia de que essa rentabilidade seja alcançada. Esta é apenas uma tendência, considerando o atual momento e o histórico de dividendos dos últimos 12 meses.

Mais do que isso, a previsibilidade dos fundos imobiliários a médio prazo é muito baixa. Essa rentabilidade esperada vale apenas para investimentos de longo prazo, a partir de cinco anos.

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Você está disposto a esperar tanto tempo para ter esse resultado? Está disposto a aceitar que, até lá, os FIIs podem oscilar muito, com diversos períodos de queda?

E, principalmente, você está disposto a correr o risco de, mesmo a longo prazo, não ter o retorno desejado, tendo a chance, inclusive, de perder dinheiro?

Se você acha que pode precisar do dinheiro a curto prazo ou se respondeu "não" ou "não sei" para alguma dessas três últimas perguntas, não invista em renda variável. Esse raciocínio vale tanto para FIIs quanto para ações.

Não quer renda fixa, mas também não quer riscos?

Pode ser que você não esteja satisfeito com a rentabilidade da renda fixa, mas também não está disposto a correr o risco da renda variável.

Se for esse o caso, minha sugestão é estudar os investimentos de renda variável para conhecer melhor os riscos e aprender a mitigá-los. Isso não dá, realmente, para eu te explicar de uma hora para outra. É aos poucos que você vai pegando.

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E se o dinheiro for para curto prazo ou emergência, aí não tem muito o que discutir: vá no mais seguro. Para emergência, sem dúvida o ideal é o Tesouro Selic. Para outros objetivos de curto ou médio prazo, um CDB com rentabilidade de 110% do CDI ou uma LCA ou LCI acima de 90% do CDI cumpre bem o papel.

Alguma dúvida?

Tendo alguma dúvida sobre investimentos, me siga no Instagram e envie uma mensagem por lá. Sua pergunta poderá ser respondida em breve nesta coluna.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.

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