Sílvio Crespo

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Reportagem

Títulos do Tesouro disparam até 5% para quem investiu em janeiro. Entenda

Quem investiu em determinados títulos do Tesouro Direto em janeiro acumula uma rentabilidade de até 5,2% desde então.

Mesmo descontando o Imposto de Renda, isso dá uma rentabilidade líquida de 4% em menos de 45 dias, o que é excelente para uma aplicação de renda fixa.

Na coluna de hoje, eu listo quais títulos tiveram rentabilidade elevada neste início de ano, explico os riscos de tentar pegar essa onda e ensino uma forma segura de aproveitar esse tipo de oportunidade.

Quais títulos do Tesouro dispararam?

Os títulos que dispararam foram os prefixados. O Tesouro Prefixado que vence em 2031 subiu 5,2% desde o início do ano; o que vence em 2029 aumentou 4,5%, e o que termina em 2027, 3%. O de 2026 teve elevação de 1,9%.

Descontando o IR, os títulos renderam, respectivamente, 4%, 3,5%, 2,4% e 1,5%.

E quem já tinha investido antes de janeiro?

Como eu disse já no título da coluna, os ganhos são para quem investiu nesses papéis no início de janeiro.

Quem investiu antes já tinha amargado perdas significativas, de modo que a alta ocorrida a partir de 2025 serviu apenas para reduzir o prejuízo.

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Por exemplo, de fevereiro do ano passado até dezembro, o Tesouro Prefixado 2031 acumulou uma redução de 15,4% no seu valor. A alta de 2025 amenizou essa perda para -10,9%.

Ainda dá para aproveitar?

Esses ganhos excepcionais do Tesouro Direto são imprevisíveis. Eles ocorrem quando muda a expectativa dos investidores em relação à taxa básica de juros, a Selic.

Quando eles ajustam para baixo as previsões para a Selic, o preço dos títulos prefixados sobe. Quando ajustam para cima, tais preços caem.

Então, a única forma de prever isso seria se pudéssemos saber, antecipadamente, que as expectativas para a Selic vão ser reduzidas. Mas não há como prever isso a médio prazo.

Tentar adivinhar é um risco

Como não podemos prever a taxa Selic, poderíamos tentar adivinhar, certo?

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Por exemplo, se eu acho que a Selic vai cair, poderia investir desde já em prefixados, para lucrar quando os demais investidores ajustarem suas expectativas para baixo.

Assim, se eu acertar, terei um lucro excepcional, como o que vimos desde janeiro.

O problema é que, se eu errar, posso ter uma perda considerável. Como eu disse, o Tesouro Prefixado 2031 chegou a cair mais de 15% no ano passado.

Portanto, se está pensando em tentar aproveitar essa onda, não saia investindo sem estratégia. Veja o que eu explico logo abaixo.

Então como aproveitar essas altas?

Existe uma forma de aproveitar essas altas, mas com risco reduzido.

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Funciona da seguinte maneira: quando você estiver interessado em investir no Tesouro a longo prazo, coloque metade do dinheiro no Tesouro Selic e a outra metade no Tesouro Prefixado.

É importante que a data de vencimento do Prefixado esteja dentro das suas possibilidades, ou seja, você deve ter capacidade de esperar até o fim desse prazo, se necessário.

Por exemplo, se acha que pode precisar do dinheiro daqui a dois anos, não invista no Tesouro Prefixado 2031. Invista, por exemplo, no que vence em 2027.

Feito o investimento, se a taxa Selic subir, o valor que for aplicado no Tesouro Selic vai aumentar. Já o valor do Prefixado vai diminuir. Se isso ocorrer, basta não vender seus títulos, pois no vencimento você receberá exatamente o que foi previsto, sem perdas.

Já se as expectativas sobre a Selic caírem, o preço do Tesouro Prefixado vai aumentar - como ocorreu agora. Ao mesmo tempo, o preço do Tesouro Selic não vai cair, pois é um tipo de título que quase nunca tem rentabilidade negativa.

Desse modo, se dividir seu investimento nesses dois papéis, você estará resguardado pelo Tesouro Selic caso o Prefixado caia. E terá um lucro acima da média da renda fixa se o Prefixado subir.

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Alguma dúvida?

Se tiver alguma dúvida sobre investimentos, me siga no Instagram e envie uma mensagem por lá. Sua pergunta poderá ser respondida em breve nesta coluna.

Reportagem

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