Queda nos juros ameaça investimentos de renda fixa? Saiba como se preparar

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A altíssima rentabilidade dos investimentos de baixo risco pode estar com os dias contados.
Com a prévia da inflação de maio mostrando um número mais baixo do que o esperado, aumentam as chances de que a taxa básica de juros, a Selic, pare de subir já na próxima reunião da diretoria do Banco Central (BC), em junho.
Mais do que isso, aumentam as chances de se iniciar um ciclo de queda dos juros em 2026. Analistas consultados pelo BC projetam que a Selic se mantenha em 14,75% ao ano em 2025 e caia para 12,5% no final do ano que vem.
Ao mesmo tempo em que a Selic cair, todos os investimentos pós-fixados reduzirão a rentabilidade.
Nesse cenário, o que é melhor fazer? Mudar de investimento o quanto antes ou esperar?
Essa decisão depende do nível de risco que você está disposto a correr, conforme explico abaixo.
O caminho mais seguro
Se você não quer nem pensar na possibilidade de perder dinheiro, o melhor a fazer é buscar investimentos pós-fixados.
Os pós-fixados mais conhecidos e seguros são aqueles cuja rentabilidade é definida pela taxa Selic ou pelo CDI (uma taxa muito próxima à Selic).
São exemplos de pós-fixados o Tesouro Selic (título mais conservador do Tesouro Direto) e os CDBs, LCAs e LCIs que têm a rentabilidade definida como uma porcentagem do CDI.
Caso o seu dinheiro esteja em algum desses investimentos, fique tranquilo. É verdade que a rentabilidade vai diminuir se os juros caírem, mas os juros só vão cair se a inflação também diminuir.
Assim, sua rentabilidade real (descontada a inflação), mesmo que caia um pouco, ainda ficará boa.
Aumentando o retorno de forma previsível
A queda na taxa básica de juros, muitas vezes, cria oportunidades de aumentar o retorno dos investimentos, se você está disposto a correr algum risco.
Porém, é possível arriscar um retorno maior de forma mais controlada e previsível ou de forma mais arrojada.
A saída mais previsível é pelo investimento em títulos de renda fixa prefixados ou indexados à inflação.
Ao investir nesse tipo de papel, você trava a sua rentabilidade no nível atual. Por exemplo, se, no momento do investimento, a rentabilidade prefixada estiver em 15% ao ano, seu dinheiro permanecerá rendendo esse valor até a data de vencimento, não importa se a Selic subir ou cair no período.
Tal estratégia só é arriscada para quem não tem certeza se vai poder aguardar até o vencimento. Pois, se fizer resgate antecipado, existe chance de perder dinheiro.
Maximizando o retorno de forma arrojada
Outra forma de buscar retornos mais altos é aplicando em renda variável, como fundos de investimento imobiliário (FIIs) e ações de empresas na Bolsa.
Quando as expectativas de queda da Selic aumentam, a tendência é de que esses papéis se valorizem, trazendo grandes retornos.
Por exemplo, desde o início do ano, quando as projeções para a taxa Selic apenas pararam de subir, a Bolsa saltou mais de 15%, e o índice que mede o preço dos FIIs avançou mais de 10%.
No entanto, esses investimentos são bem menos previsíveis que os títulos que citei mais acima. Existe chance de você investir, a taxa Selic cair e, mesmo assim, ainda perder dinheiro.
Para aplicar em renda variável, é preciso conhecer bem o ativo escolhido e o mercado, além de conhecer os riscos.
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