Quais investimentos valerão a pena com a nova tributação? Confira
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Com a nova tributação dos investimentos, que pode entrar em vigor a partir de janeiro de 2026 caso seja aprovada pelo Congresso da forma em que está, quase todas as modalidades que hoje são livres de Imposto de Renda passarão a ter uma alíquota de 5% sobre o lucro.
Com isso, investimentos como LCA, LCI, CRI e CRA, que hoje são isentos, deixarão de valer a pena?
Não necessariamente. Se a nova tributação entrar em vigor, você só vai precisar fazer uma conta simples para saber se tais investimentos valerão mais a pena do que os papéis com a alíquota maior de IR, que será de 17,5%.
Como saber qual rende mais
Por exemplo, entre um CDB de 15% ao ano e uma LCA de 13% ao ano, qual rende mais com a nova regra? Para saber, basta multiplicar a rentabilidade do CDB por 0,825, e a da LCA, por 0,95 - esse é o rendimento descontando o IR.
Continuando no exemplo, 15 vezes 0,825 dá 12,38. Logo, a rentabilidade líquida desse CDB hipotético é de 12,38% ao ano. Quanto à LCA, multiplicando 13 por 0,95 dá 12,35, ou seja, a rentabilidade líquida da LCA é de 12,35% ao ano.
Portanto, entre um CDB de 15% e uma LCA de 13%, ambos rendem praticamente a mesma coisa, com uma leve vantagem para a LCA.
Comparando com o Tesouro Direto
O Tesouro tem e terá a mesma alíquota de IR do CDB. Logo, para calcular a rentabilidade líquida, você faz o mesmo: multiplica por 0,825.
O título Tesouro Prefixado com vencimento em 2028 está com uma rentabilidade bruta de 13,53%. Multiplicando por 0,825 dá 11,16%.
Assim, teríamos as seguintes rentabilidades líquidas até aqui:
- CDB: 12,38%
- LCA: 12,35%
- Tesouro: 11,16%
Nesse exemplo hipotético, o CDB e a LCA ganhariam do Tesouro Direto.
Rentabilidade não é o único critério
Além da rentabilidade, você precisa avaliar, também, a disponibilidade do seu dinheiro e o risco do investimento.
Sempre que for investir, qualquer que seja a tributação, primeiro decida se precisa que o dinheiro esteja disponível para resgatar a qualquer momento ou se poderá aguardar até o vencimento.
Depois, defina o nível de risco que está disposto a correr.
O Tesouro Direto é mais seguro que o CDB, a LCA e a LCI. Então, quando o dinheiro é para reserva de emergência, eu deixo no Tesouro, mesmo se os demais estiverem rendendo mais.
Já quando tenho um objetivo de prazo mais longo, costumo olhar mais para a rentabilidade e aceitar um risco maior. É nesse tipo de situação que esses cálculos são mais necessários e identificam as maiores oportunidades.
Afinal, a longo prazo, os juros de cada mês incidem sobre o acumulado dos meses anteriores, de modo a formar um crescimento exponencial. Por conta disso, pequenas diferenças de rentabilidade, aplicadas por um longo período, geram um impacto significativo no montante final.
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