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Dona da Casas Bahia mostra lucro e setor de saúde ganha destaque

Felipe Bevilacqua

03/03/2021 08h41

Algo muito importante no mundo dos investimentos é a expectativa. Isso é mais válido do que nunca na época da divulgação de resultados operacionais. A dinâmica muda de acordo com o esperado pelos investidores. O lucro de uma empresa pode até ser bom, mas suas ações tendem a ser penalizadas se vier menor do que o aguardado pelo mercado. Por outro lado, se um dado ruim, mas acima do consenso, pode levar à alta.

Isso ocorre porque grande parte das informações disponíveis para os investidores já costuma estar refletida no papel com antecedência. Quando a empresa solta o balanço financeiro, o mercado ajusta o valor, para o bem ou para o mal. Analisamos o resultado da Via Varejo,

Confira a seguir a análise de Felipe Bevilacqua, analista e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento. Todos os dias, Belivacqua traz notícias e análises de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimentos. Este conteúdo é exclusivo para os leitores de UOL Economia+. Conheça os recursos do serviço de orientação financeira UOL Economia+, para quem quer investir melhor.

Via Varejo divulga resultado

A Via Varejo divulgou os resultados do quarto trimestre após o fechamento da Bolsa ontem, 2. O resultado veio com forte crescimento de vendas e receita. Nada, porém, com força de surpreender o mercado. A Via Varejo é dona de marcas conhecidas como Casas Bahia, Ponto Frio e Extra.

A divisão de e-commerce continuou forte, com expansão de 112% no quarto trimestre de 2020, quando comparado com o mesmo período de 2019. O e-commerce agora representa cerca de 46,6% das vendas totais.

Mesmo com as restrições de fluxo de pessoas e dificuldades da pandemia, a empresa obteve crescimento da receita líquida de 24,4% no trimestre, alcançando 9,46 bilhões de reais.

O mais importante é que a virada da empresa parece ter se consolidado, com a geração de lucro líquido de maneira recorrente, crescimento de 2 dígitos no ano (ou seja, mais de 10%) e endividamento em níveis saudáveis.

Alguns pontos precisam ser considerados daqui em diante, tanto positivos quanto negativos:

i) A companhia mostrou maior participação de carnês em detrimento do cartão de crédito como forma de pagamento, sendo o carnê uma modalidade com maior inadimplência;

ii) O crescimento de vendas em 2021 pode não ser tão forte quanto foi em 2020 principalmente pelo fim do auxílio emergencial e continuidade das restrições de fluxo de pessoas no país;

iii) As aquisições, diversas iniciativas como "Me chama no zap", seu banco digital BanQi, melhora na inteligência e estrutura logística podem melhorar as margens da companhia.

Vale ficar de olho.

Setor de Saúde ganha espaço na Bolsa

As empresas do setor da saúde têm tido maior relevância e importância desde o início da pandemia, o que fez crescer de forma exponencial os negócios no segmento.

Na segunda-feira analisamos a fusão Hapvida e Intermédica. A fusão mostra que o setor está aquecido e as empresas estão buscando formas para serem mais eficientes e crescerem mais.

Outra informação que mostra o aumento do interesse dos investidores é a lista de empresas do setor de saúde na fila para realizar oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). Atualmente, pelo menos sete empresas do setor estão preparando suas ofertas - o que vai ampliar as alternativas de um setor ainda pouco representado na Bolsa de Valores.

Algumas delas: Rede Mater Dei de Saúde, Hospital Care Caledônia e Kora Saúde.

Vou estar de olho nessas ações de novas empresas que vão abrir capital em breve.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.