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ANÁLISE

Cosan, XP e BTG: o que o investidor precisa saber para investir

Felipe Bevilacqua

31/05/2021 08h29

No Investigando o Mercado de hoje, vamos conversar sobre a acirrada disputa entre XP (XP:NASDAQ) e BTG (BPAC11) e sobre a compra de participação na Compass, controlada pela Cosan (CSAN3), pela gestora Atmos.

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Confira a seguir a análise de Felipe Bevilacqua, analista e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e análises de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimentos. Este conteúdo é exclusivo para os leitores de UOL Economia+. Conheça os recursos do serviço de orientação financeira UOL Economia+, para quem quer investir melhor.

XP contra-ataca

A XP (XP:NASDAQ) comunicou acordo com a Messen Investimentos, um dos maiores escritórios de agentes autônomos (AAI) em sua rede, para que a assessoria se torne uma corretora. No acordo, a XP ficará com 49,9% da futura nova corretora, enquanto a Messen fica com os 50,1% restantes.

Atualmente, a Messen conta com R$ 15 bilhões sob gestão em sua base com mais de 30 mil clientes. A companhia vem captando cerca de R$ 500 milhões por mês e tem planos para acelerar esse valor para R$ 1 bilhão até o final do ano.

A notícia soma mais um capítulo na disputa entre os agentes autônomos no mercado, no qual a XP é dominante. Na última sexta-feira, especulações sobre a saída do maior escritório da corretora, o Monte Bravo, que possui mais de R$ 17 bilhões sob gestão, se intensificaram.

É a primeira vez que a XP fecha um acordo desse tipo. É o primeiro sinal de reação, após perder EQI, Lifetime, Arton Advisors e Acqua-Vero para seu principal concorrente, o BTG Pactual (BPAC11), em acordos similares. Para a XP, fica a preocupação com o aumento dos custos para manter a larga base de AAIs. O movimento mostra, porém, capacidade de reação à ameaça competitiva.

O aquecimento do mercado também tem atraído a atenção dos investidores. Com isso, o BTG anunciou este final de semana que pretende realizar uma oferta de ações (Follow-on) primária de 24,402 milhões de units, o que deve aumentar seu caixa em cerca de R$ 3 bilhões, considerando o último fechamento. A oferta ajudará a companhia em seus investimentos em tecnologia, além de manter índices de liquidez saudáveis.

Apesar de acreditar no papel estratégico dos AAIs, a maior parte do mercado potencial, tanto para a XP quanto para o BTG, continua com os ativos controlados pelos grandes bancos, que ainda representam a maior parte do mercado.

Cosan: subsidiária Compass recebe aporte da Atmos Capital

A Compass, subsidiária da holding Cosan (CSAN3), recebeu um investimento de R$ 810 milhões da Atmos Capital, uma das maiores gestoras de fundos de investimentos em ações, por quase 5% do capital da companhia.

A Compass é uma das maiores no setor de gás natural, englobando operações de infraestrutura, distribuição e trading de energia. A companhia pretendia realizar IPO no segundo semestre de 2020, mas cancelou a oferta por causa do ambiente desfavorável.

O aporte avalia a Compass em cerca de R$ 16,5 bilhões em valor de mercado, próximo do mínimo da faixa indicativa de preço em seu prospecto de oferta pública. Com essa avaliação, ela representaria cerca de 40% do valor de mercado total da Cosan (CSAN3), o que pode gerar uma reação positiva para as ações da companhia no curto prazo.

A Atmos possui uma qualidade de investidores que permite um investimento desse porte (cerca de 4% do patrimônio total), sem preocupação com liquidez no investimento. Atualmente, a Compass negocia a compra de 51% da Gaspetro, que controla diversas distribuidoras de gás natural no país. A entrada de caixa deve reforçar o poder de negociação da companhia.

As controladas da Gaspetro nunca tiveram capacidade de investimento na modernização e expansão da malha de gasodutos nos territórios atuantes. O objetivo da Compass é replicar o modelo de excelência operacional da Comgás, em São Paulo, para outras geografias e, assim, aproveitar o excesso de oferta de gás natural (hoje reinjetado no solo em larga escala por falta de demanda e estrutura de distribuição).

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.