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ANÁLISE

Magalu e Nubank investem no digital: o que o investidor precisa saber

Felipe Bevilacqua

09/06/2021 08h48

No Investigando o Mercado de hoje, mais uma aquisição do Magalu (MGLU3) para seu ecossistema financeiro, e a rodada de captação de recursos do Nubank, que foi avaliado em US$ 30 bilhões.

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Confira a seguir a análise de Felipe Bevilacqua, analista e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e análises de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimentos. Este conteúdo é exclusivo para os leitores de UOL Economia+. Conheça os recursos do serviço de orientação financeira UOL Economia+, para quem quer investir melhor.

Magalu segue incorporando tecnologia

O Magazine Luiza (MGLU3), uma das maiores plataformas de e-commerce do país, anunciou ontem (8) a aquisição da Bit55, empresa de processamento de transações de cartões, com tecnologia e plataforma baseadas 100% na nuvem. O valor da aquisição não foi revelado.

O objetivo é utilizar a tecnologia e a plataforma da Bit55 para reforçar a gama de serviços e a operação da Hub Fintech, plataforma de serviços para contas digitais comprada pela Magalu em dezembro de 2020. Isso vai viabilizar a conta digital do Magazine Luíza para os mais de 29 milhões de clientes cadastrados na plataforma da companhia.

Criada para processar as transações do banco BS2 (antigo Banco Bonsucesso) e do app Blu By BS2 (fintech com proposta de conta mesada para jovens), a tecnologia da Bit55 já nasceu na nuvem, configurada para ganhar escala. Segundo o comunicado da Magalu, ela tem capacidade para processar mais de 2.000 transações por segundo, além de permitir ao Magalu oferecer a função de débito. O superapp se aproxima cada vez mais de um banco digital completo acoplado à plataforma de compras.

A notícia deve ter pouco impacto sobre as ações MGLU3 no curto prazo. Reforça, porém, a competitividade da companhia perante os concorrentes Via (VVAR3), que possui o Banqi (um banco digital que gerencia até o crediário), e Ame Digital, a carteira virtual da B2W (BTOW3). É difícil prever os próximos passos das plataformas de e-commerce. Fica cada vez mais claro, porém, que elas se transformam em concentradores de serviços integrados para os consumidores, um one-stop-shop de serviços virtuais.

A aquisição está em linha com a estratégia de retenção de clientes e otimização de operação no cenário de concorrência acirrada. Qualquer detalhe superior ao de seu par no mercado pode ser uma vantagem para reter e gerar tráfego para a plataforma.

Nubank é avaliado em US$ 30 bilhões de dólares em rodada de investimento pré-IPO

Foi divulgada ontem (8) a notícia de que o Nubank, maior banco digital do mundo em número de clientes, passou por mais uma rodada de investimentos (série G) em que foi avaliado em US$ 30 bilhões.

Além do valor, chamou a atenção a relação de investidores que entraram como acionistas na companhia. A Berkshire Hathaway, veículo de investimentos de Warren Buffett, aportou US$ 500 milhões. Outros US$ 250 milhões foram aportados por fundos internacionais e os nacionais Fundo Verde e Absoluto Partners - ambos já eram acionistas da companhia.

O Nubank, com aproximadamente 40 milhões de clientes, vai usar o capital para financiar a expansão internacional iniciada no México, além de criar novos produtos e de ampliar a presença em mercados em que ainda tem atuação tímida, como o de investimentos (o banco comprou a corretora Easyinvest em 2020).

Em 2020 o banco digital cresceu seu portfólio de crédito em 39,1%, atingindo R$ 49,8 bilhões, com crescimento de 60,6% de receita, atingindo R$ 2,8 bilhões de reais. Os números, porém, ainda não colocaram o banco no positivo. A companhia optou por financiar a expansão acelerada enquanto ainda consegue usar o dinheiro dos investidores para isso.

O valuation de US$ 30 bilhões (ou R$ 151 bilhões no câmbio de ontem) já supera nomes expressivos como XP (US$ 23,2 bilhões), Banco Inter (R$ 48,9 bilhões) e Banco do Brasil (R$ 104 bilhões).

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.