Localiza e Unidas: com parecer do Cade, fusão pode ficar mais próxima
Hoje vamos conversar sobre o andamento da fusão entre Localiza (RENT3) e Unidas (LCAM3) e sobre as dificuldades enfrentadas pela venda da rede móvel da Oi (OIBR3) no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
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Confira a seguir a análise de Felipe Bevilacqua, analista e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e análises de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimentos. Este conteúdo é exclusivo para os assinantes do UOL.
Cade recomenda "remédios" para aprovar fusão entre Localiza e Unidas
A Superintendência-Geral (SG) do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) emitiu parecer na noite de segunda-feira (06) recomendando remédios concorrenciais para a aprovação da fusão entre Localiza (RENT3) e Unidas (LCAM3).
A grande preocupação da SG é o tamanho da concentração no mercado de locação de veículos, que seria de 70% após a fusão. Além disso, um contrato entre a Unidas e a empresa americana Vanguard Car Rental, dona de marcas como Alamo, Enterprise e National, contém cláusula em que a Vanguard se compromete a não atuar no Brasil, o que concentraria o mercado local entre Localiza/Unidas e Movida.
A SG do Cade recomendou ao Tribunal do Cade, a quem compete a decisão final, que a aprovação seja realizada mediante adoção de remédios estruturais, com a operação condicionada à celebração de Acordo em Controle de Concentração (ACC). O Tribunal tem prazo de 240 dias para tomar uma decisão, podendo ser prorrogado por mais 90 dias.
A notícia é positiva para Localiza (RENT3) e Unidas (LCAM3). A recomendação de adoção de "remédios" sinaliza maior probabilidade de aprovação, principalmente por se tratar de um mercado sem grandes barreiras de entrada. Entre os possíveis remédios podem estar a venda de alguns ativos no segmento de aluguel de veículos e a alteração da cláusula de não concorrência com a Vanguard.
A aprovação da fusão pelo Cade é o principal catalisador para os preços das ações RENT3 e LCAM3. Acreditamos que o mercado ainda não precifica essa aprovação.
Pequenas operadoras reivindicam venda da operação móvel da Oi (OIBR3)
Operadoras de menor porte estão reivindicando ao Cade contrapartidas à venda da Oi Móvel para Vivo (VIVT3), Tim (TIMS3) e Claro. As companhias menores querem cancelar a aquisição em nome de condições mais favoráveis para a competição na telefonia móvel, tanto em relação à negociação de preços, quanto na obrigatoriedade de acordos de roaming nacional (compartilhamento de infraestrutura).
Se a tentativa não funcionar, a segunda estratégia seria o fatiamento do espectro móvel da Oi, ou seja, faixas de radiofrequência sobre as quais as operadoras podem estender suas redes. Ainda na lista de reivindicações ao Cade e à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), constam a divisão da carteira de clientes, além de contratos de aluguel e troca de infraestrutura que compõe o ativo da Oi vendido em leilão.
A Telcomp (Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas) propõe que as grandes empresas ofereçam as redes em troca de pagamento, visto que hoje o compartilhamento só ocorre entre grandes operadoras.
Apesar de complexa, a venda dos ativos móveis da Oi é necessária para o encerramento da recuperação judicial. Com a reivindicação das operadoras menores, a venda pode se prolongar, o que é negativo para Vivo, Claro e Tim.
Um remédio para evitar um ambiente menos competitivo seria a venda da faixa de espectro da Oi para um novo concorrente. Outro possível remédio seria a venda e divisão do espectro entre empresas regionais.
É de interesse do setor como um todo que a recuperação judicial da Oi se encerre. Portanto, não enxergamos espaço para o cancelamento da venda. Por se tratar de operação complexa, porém, o processo pode ser demorado.
Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.
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