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CSN faz compra bilionária, cresce em cimento e busca IPO: veja mais

CSN tem "poder de fogo" para incorporar ativos importantes e consolidar o mercado de cimentos - Fernando Soutello
CSN tem "poder de fogo" para incorporar ativos importantes e consolidar o mercado de cimentos Imagem: Fernando Soutello

Felipe Bevilacqua

13/09/2021 08h24

Hoje vamos conversar sobre a nova aquisição da CSN no setor de cimentos e sobre o movimento iniciado por algumas empresas de buscar empréstimos no exterior para fugir das taxas de juros brasileiras.

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Confira a seguir a análise de Felipe Bevilacqua, analista e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e análises de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimentos. Este conteúdo é exclusivo para os assinantes do UOL.

CSN compra a LafargeHolcim em transação de US$ 1,02 bilhão

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSNA3) divulgou na última sexta-feira (10) a aquisição das operações brasileiras da cimenteira LafargeHolcim. A transação está avaliada em US$ 1,025 bilhão, perto do piso da faixa de avaliação do mercado dos ativos da Lafarge.

Recentemente, a empresa havia adquirido a Elizabeth Cimentos por R$ 1 bilhão. A nova aquisição dobra a capacidade de produção da CSN Cimentos, que se torna a segunda maior produtora do país, com capacidade nominal de 16,3 milhões de toneladas no ano (18,5% de participação de mercado), atrás apenas da Votorantim, ainda a líder absoluta no segmento, com 37% do mercado.

Os ativos da Lafarge operam com produtividade menor que a CSN e a própria Elizabeth, esta última possuindo plantas e estrutura mais modernas. As sinergias projetadas e a integração das operações proporcionam ganho de escala e maior rentabilidade, alcançando gradualmente a rentabilidade da CSN Cimentos, atualmente em torno de 40% a 45% de margem Ebitda nos níveis atuais de preço do cimento no mercado.

Enxergamos a aquisição como positiva para a holding CSN (CSNA3), que caminha para nova fase. Com menor meta de alavancagem e estrutura de capital mais saudável, ela garante "poder de fogo" para incorporar ativos importantes e consolidar o mercado de cimentos, preparando o terreno para o IPO da empresa do cimento de "saco roxo". A CSN já obteve sucesso no IPO de seu braço de mineração (CMIN3) e agora prepara o IPO da divisão de cimentos, que vive um dos melhores momentos da sua história.

Com o aumento dos juros, companhias buscam empréstimos no exterior

Como resposta à volta da inflação, o BC tem feito seguidos aumentos na taxa Selic, o que encarece as dívidas das empresas brasileiras.

Na última semana, observamos um movimento que deve continuar nos próximos meses: a busca de empréstimos no exterior. As primeiras foram a locadora Movida (MOVI3) e a Companhia Suzano (SUZB3). A B3 divulgou que avalia uma emissão de dívida no exterior.

Além de taxas menores que as locais, as empresas aproveitam um mercado exterior mais adepto a pautas ESG, o que permite a emissão de dívidas atreladas a essas demandas. Com contrapartidas das empresas, os "green bonds" oferecem melhores taxas e prazos.

É importante observar que, apesar das melhores condições, dívidas contratadas no exterior são atreladas ao dólar. No atual cenário de incerteza e depreciação da nossa moeda, o custo efetivo da dívida pode aumentar muito.

Empresas exportadoras, como é o caso da Suzano, sofrem impacto menor porque a maior parte de suas receitas são em dólar. Já para a Movida, que tem receita em real e custos suscetíveis ao dólar (os preços dos automóveis são afetados pela performance da moeda americana), a operação é mais delicada, pois atrela também o custo financeiro ao dólar.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.