Hapvida e SulAmerica brigam para comprar empresa de saúde para crescer
Hoje vamos conversar sobre a proposta de aquisição de parte relevante do capital da Log-In (LOGN3) e sobre a "guerra" entre SulAmerica (SULA11) e Hapvida (HAPV3) por ativos no interior de São Paulo.
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Confira a seguir a análise de Felipe Bevilacqua, analista e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e análises de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimentos. Este conteúdo é exclusivo para os assinantes do UOL.
Log-In recebe proposta da MSC
A Log-In (LOGN3), companhia de cabotagem brasileira controlada pelo fundo Alaska, recebeu proposta de Oferta Pública de Aquisição (OPA) do braço de logística da empresa de cruzeiros MSC. Ontem (16), a Log-In informou que o Cade já recebeu pedido de autorização para a venda entre 62% e 67% de suas ações.
O preço oferecido foi de R$ 25 reais por ação e a operação deve movimentar cerca de R$ 2 bilhões. O preço de fechamento antes do anúncio era de aproximadamente R$ 15, o que significa um prêmio de quase 67% em relação ao preço atual.
A proposta ocorre poucos dias depois do avanço do programa BR do Mar no Senado que, entre outros pontos, diminui a exigência de mão de obra nacional nas embarcações estrangeiras fretadas para operação doméstica no Brasil.
Apesar de ainda precisar da aprovação do Cade e do conselho da empresa, a tendência é que a proposta seja aprovada. A fusão não resultará em aumento relevante na concentração de mercado do setor e a oferta contém um prêmio considerável em relação ao preço atual.
As ações da Log-In (LOGN3) fecharam o pregão ontem (16) com alta de mais de 33%, negociadas na casa dos R$ 20. O único risco agora é a proposta não ser aprovada pelo Cade ou pelo conselho, o que explica a ação não bater o valor proposto.
SulAmérica e Hapvida disputam para comprar a HB Saúde
A Hapvida (HAPV3) e a SulAmerica (SULA11) anunciaram na manhã de ontem (16) que aumentaram suas ofertas para a aquisição do Grupo HB Saúde. A disputa já dura mais de dois meses. As propostas de aquisição passaram de de R$ 450 milhões (Hapvida) e R$ 485 milhões (SulAmerica) para R$ 650 milhões e R$ 563 milhões de reais, respectivamente.
Mesmo com a oferta maior da Hapvida, metade dos sócios da HB prefere a proposta da SulAmerica, segundos notícias veiculadas na mídia. O quadro societário da empresa é composto por 500 médicos que temem perda de receita com a Hapvida devido ao seu modelo de negócios mais verticalizado.
O Grupo HB Saúde é formado por uma operadora de saúde, um hospital, oito unidades ambulatoriais, uma clínica infantil, centros clínicos e de diagnóstico, além de medicina preventiva, centro oncológico e uma base de 129 mil beneficiários de saúde e 25 mil de plano odontológico. Em 2020, registrou receitas de aproximadamente R$ 300 milhões, com forte presença na região de São José do Rio Preto, no interior paulista.
O aumento na proposta da SulAmerica demonstra o interesse da companhia em adotar uma estratégia verticalizada, com maior ganho de escala e integrando diversos segmentos, uma tendência entre empresas do setor.
A SulAmerica vem focando no setor de saúde após vender o seguro auto. Com caixa robusto e aceleração da consolidação no mercado, busca sua primeira aquisição, que pode abrir portas para expansão em outras vertentes, incorporando a expertise da HB na administração e operação de ativos físicos como hospitais, clínicas e centros de diagnósticos.
Já para a Hapvida, uma das maiores operadoras de plano de saúde do país, a aquisição segue a estratégia de buscar maior verticalização e escala. Chama a atenção, porém, o grande aumento da proposta, que pode tornar a aquisição menos rentável.
De qualquer forma, as empresas do setor continuarão a buscar aquisições estratégicas para consolidar o setor, ainda muito fragmentado, o que deve acirrar a disputa por boas aquisições e aumentar o múltiplo pago pelas empresas.
Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.
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