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ANÁLISE

Embraer vende aviões, jatos e firma acordos: como ficam as ações?

Embraer Phenom 300E: No segmento de aviação executiva, a Embraer entregou seu jato executivo de número 1.500, um Phenom 300E. - Divulgação Embraer/Reuters
Embraer Phenom 300E: No segmento de aviação executiva, a Embraer entregou seu jato executivo de número 1.500, um Phenom 300E. Imagem: Divulgação Embraer/Reuters

Felipe Bevilacqua

22/10/2021 09h10

Hoje comentaremos sobre as prévias operacionais de Trisul (TRIS3) e Embraer (EMBR3). A construtora Trisul lançou mais empreendimentos, mas vendeu menos. Já a Embraer está se recuperando e vendas chegam perto de níveis pré-pandemia.

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Confira a seguir a análise de Felipe Bevilacqua, analista e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e análises de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimentos. Este conteúdo é exclusivo para os assinantes do UOL.

Trisul lança mais e vende menos

A Trisul (TRIS3) publicou suas prévias operacionais do terceiro trimestre do ano. Assim como as outras construtoras focadas nas classes de renda média/alta, a companhia teve um crescimento nos lançamentos, mas uma queda nas vendas líquidas.

A empresa encerrou o trimestre com dois lançamentos, que totalizaram um valor geral de vendas (VGV) de R$ 303,5 milhões, um crescimento de 22% em relação ao ano passado. No entanto, a companhia não conseguiu manter um crescimento de vendas, finalizando o período com um VGV líquidas no valor de R$ 164 milhões, uma queda de 33% na mesma base de comparação.

Mesmo com a queda nas vendas, a companhia conseguiu manter um indicador de vendas sobre ofertas de 14%, patamar saudável considerando o período turbulento, e manteve o banco de terrenos disponível na casa dos R$ 5 bilhões.

A princípio, o resultado da Trisul pode parecer ruim como o das outras companhias, mas é necessário analisar o histórico recente da empresa. Nos últimos anos, a Trisul conseguiu manter uma boa estrutura de capital e, por ser uma companhia que lança poucos empreendimentos ao mesmo tempo, a queda de vendas em um trimestre não é algo que preocupa para frente.

São poucos empreendimentos, com um ticket médio maior, que dificilmente terão unidades disponíveis sobrando a ponto de levar a problemas para vender seu estoque no futuro. Cabe agora à empresa verificar se já é o momento para reduzir ou até parar os lançamentos, assim como fez em 2012 e 2013 - o que resultou em um impacto mais ameno da crise do que as concorrentes.

Na nossa visão, a ação da Trisul vai continuar sofrendo, principalmente com o resultado semelhante às concorrentes, assim como foi na última crise, quando o papel chegou a R$ 2. No entanto, mantemos a visão de que a companhia é uma das melhores do setor, principalmente se considerarmos as small caps que visam os públicos A/B, mas que está inserida em um setor difícil para o momento na Bolsa.

Embraer vende aviões, jatos e firma acordos e apresenta números do terceiro trimestre

A Embraer (EMBR3) divulgou sua prévia operacional referente ao terceiro trimestre de 2021. A companhia entregou um total de 30 jatos, sendo nove comerciais e 21 executivos (14 leves e 7 grandes). A carteira de pedidos firmes (backlog) totalizava US$ 16,8 bilhões ao fim de setembro.

No segmento de aviação executiva, a Embraer entregou seu jato executivo de número 1.500, um Phenom 300E. O jato leve mais vendido por nove anos consecutivos foi entregue à Haute Aviation, empresa suíça que atua nos segmentos de fretamento, corretagem e gerenciamento de aeronaves.

No segmento de aviação comercial, a companhia anunciou a venda de 16 novos jatos E175 à SkyWest para operar para a Delta Air Lines, somando-se aos 71 jatos do modelo que a SkyWest já opera para a companhia aérea. A aeronave E175 voará para a Delta sob um contrato de compra de capacidade (CPA). O valor do contrato, que está incluído na carteira de pedidos da Embraer, é de US$ 798,4 milhões, com base no preço de lista.

No segmento de serviços e suporte, a Embraer assinou diversos contratos no trimestre. A Porter Airlines assinou um grande pacote de suporte de pós-venda com a Embraer, por até 20 anos, para a frota de aeronaves comerciais E2. A companhia assinou também um acordo para o Programa Pool com a CommutAir, operadora da United Express, para apoiar a frota de jatos ERJ 145, e uma extensão de Pool com a Cobham, na Austrália, para apoiar seus 3 E190.

Ainda na Austrália, a Embraer firmou um contrato de prestação de serviços com a Alliance Airlines, fornecendo suporte para a frota de E190 da companhia aérea.

Na quarta-feira (20), a Embraer selou a renovação de contrato para o Programa Pool com a TAP Express, subsidiária da TAP Air Portugal. O contrato inclui amplo suporte para componentes da frota de E-Jets da companhia aérea. Atualmente, o Programa Pool atende mais de 50 companhias aéreas em todo o mundo.

Já na quinta-feira (21), a Embraer anunciou um outro acordo para o Programa Pool, com a KLM Cityhopper, subsidiária regional da KLM Royal Dutch Airlines. Ambos os contratos, tanto com a TAP Express quanto com a KLM, incluem amplo suporte para componentes da frota de jatos E195-E2 da companhia aérea.

A Embraer apresentou uma forte atividade comercial, em todos os segmentos de negócio. No segundo trimestre, a carteira de pedidos firmes encerrou em US$ 15,9 bilhões. No terceiro trimestre de 2019, o backlog atingiu US$ 16,2 bilhões, de forma que o backlog de US$ 16,8 bilhões registrado ao fim do terceiro trimestre deste ano indica um crescimento voltando para níveis pré-pandemia. Assim, esperamos um impacto positivo nas ações da Embraer no curto prazo.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.