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ANÁLISE

Hypera, dona do Engov e da Coristina, tem receita 50% maior: vale investir?

suplemento alimentar, pílulas, remédios - iStock
suplemento alimentar, pílulas, remédios Imagem: iStock

Felipe Bevilacqua

25/10/2021 09h30

Hoje comentaremos sobre os resultados da Hypera (HYPE3) e a respeito da aquisição da Sulgás pela Compass, subsidiária da Cosan (CSAN3).

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Confira a seguir a análise de Felipe Bevilacqua, analista e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e análises de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimentos. Este conteúdo é exclusivo para os assinantes do UOL.

Hypera, dona do Engov e da Coristina, tem receita 50% maior

A temporada de resultados corporativos do terceiro trimestre do ano foi inaugurada na última sexta-feira (22), com a divulgação da farmacêutica Hypera Pharma (HYPE3), empresa que normalmente é uma das primeiras a divulgar as demonstrações contábeis.

A companhia registrou uma receita líquida de R$ 1,6 bilhão, um crescimento de 50% em relação ao mesmo período do ano passado, principalmente pela contribuição das aquisições, além do crescimento orgânico de 13,7%, acima do mercado.

O desempenho orgânico da venda direta ao cliente foi superior ao do mercado pelo quarto trimestre consecutivo, em reflexo de uma aceleração dos lançamentos nos últimos anos, do aumento da capacidade de produção e dos investimentos nas marcas líderes da empresa. Vale ressaltar que a companhia vem aumentando constantemente o investimento em pesquisa e desenvolvimento nos últimos anos, finalizando o terceiro trimestre com um montante de R$ 376 milhões investidos, 25% a mais na base anual.

O lucro bruto aumentou 49,9% no trimestre e alcançou R$ 1,04 bilhão, com uma margem bruta de 63,9%, mesmo patamar registrado no terceiro trimestre de 2020. Como principais pontos que impactaram a margem temos o portfólio de medicamentos adquirido da Takeda e da família Buscopan, que contribuíram positivamente no indicador em 2,5 pontos percentuais. Já a desvalorização do real frente ao dólar afetou a margem, que caiu 1,1 ponto percentual.

As despesas de marketing reduziram sua participação sobre a receita líquida em 1,8 ponto percentual. Essa redução se deu, principalmente, pela diminuição de despesas de visitas médicas e promoções, além da captura das sinergias operacionais de integração do portfólio de produtos de prescrição adquirido da Takeda. Quando olhamos as despesas com vendas, houve uma redução de 2,8 pontos percentuais em relação à receita líquida.

Considerando apenas as operações continuadas, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) teve uma alta de 47%. Por fim, o lucro líquido das operações continuadas foi de R$ 464 milhões, um crescimento de 33%, impactado por um aumento de R$ 40 milhões nas despesas financeiras líquidas do trimestre.

Se considerarmos o lucro líquido total, o resultado foi de R$ 201,6 milhões. Houve um efeito negativo do resultado líquido das operações descontinuadas por conta de acordo junto à Ontex relacionado ao desinvestimento do negócio de descartáveis em 2017.

Mais uma vez, a Hypera consegue entregar resultados muito fortes, mostrando que, a princípio, realizou aquisições acertadas e que já começa a gerar sinergias logo no primeiro ano de fusão. Além disso, a companhia continua como uma forte geradora de caixa, tendo gerado um fluxo de caixa operacional recorde no trimestre, no valor de R$ 540 milhões.

Vale ressaltar também que a empresa continua remunerando o acionista constantemente, com o valor aumentando 5% em relação ao terceiro trimestre de 2020.

Subsidiária da Cosan compra a Sulgás

A Compass, subsidiária do Grupo Cosan (CSAN3), foi a vencedora do leilão de privatização da Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás). O valor da aquisição será de R$ 928 milhões, sendo este o lance mínimo do leilão. A companhia foi a única a fazer uma oferta pelo ativo.

A compra é de 51% do capital da Sulgás, que pertencia ao estado e foi privatizada em leilão realizado pelo governador Eduardo Leite. Os outros 49% são detidos pela Gaspetro, outra companhia com controle recém-adquirido pela Compass (ainda depende da aprovação do Cade). Dessa forma, a Cosan consolida seu controle na empresa gaúcha.

Vemos a aquisição da Sulgás como positiva para a Cosan, adicionando mais um importante ativo em seu portfólio. A distribuidora gaúcha de gás natural possui, atualmente, mais de 68 mil clientes em 42 municípios, contando com a exclusividade na distribuição de gás até 2044 pelo modelo de concessão.

A Compass é uma das maiores companhias do setor de gás natural, englobando operações de infraestrutura, distribuição e trading de energia, e conta com a maior companhia de gás encanado do Brasil em seu portfólio, a Comgás, empresa que atende mais de 2,1 milhões de clientes em sua área de concessão no estado de São Paulo. Com a aquisição do controle da Sulgás, a Compass poderá implementar e replicar o modelo de excelência operacional da Comgás nas cidades atualmente atendidas pela companhia gaúcha, além de expandir sua atuação.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.