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ANÁLISE

Neoenergia e Facebook: o que você precisa saber sobre resultados e ações

Neoenergia: os resultados vieram sólidos, acima das expectativas de mercado, que pode ter impacto positivo no preço das ações - Getty Images/iStock
Neoenergia: os resultados vieram sólidos, acima das expectativas de mercado, que pode ter impacto positivo no preço das ações Imagem: Getty Images/iStock

Felipe Bevilacqua

26/10/2021 09h07

Hoje comentaremos sobre os resultados da Neoenergia (NEOE3) e do Facebook (FBOK34). Grupo de energia viu avanço do consumo residencial e comercial. Já o Facebook teve uma receita abaixo do esperado, mas com lucro e margens positivos.

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Confira a seguir a análise de Felipe Bevilacqua, analista e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e análises de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimentos. Este conteúdo é exclusivo para os assinantes do UOL.

Neoenergia: consumo residencial, comercial e da indústria crescem

A Neoenergia (NEOE3), dona do maior grupo privado do setor elétrico brasileiro em número de clientes, divulgou seus resultados do terceiro trimestre, reportando bons números, com suas linhas de receita líquida, Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e lucro líquido acima das expectativas.

Em termos de indicadores operacionais, verificamos um crescimento de 3,6% do volume de energia injetada pelas distribuidoras na base anual. Desconsiderando a Neoenergia Brasília em 2020, antiga CEB, o aumento foi ainda mais acentuado, de 15,8%, apontando para uma recuperação de mercado em suas áreas de concessão.

Ao analisarmos a abertura da energia distribuída, observamos que o consumo da classe industrial cativa juntamente com o mercado livre registrou uma expansão de 10,8% em comparação ao terceiro trimestre de 2020, influenciado pelo retorno das atividades econômicas. Novamente, desconsiderando a Neoenergia Brasília, o salto foi de 18,9%. Ainda seguindo essa métrica, destacamos o avanço do consumo residencial, de 12,6%, e comercial, de acentuados 26,1% na mesma base de comparação.

Em relação às perdas totais (técnicas e não técnicas), verificamos que seguem em trajetória de contração, com destaque para as distribuidoras Neoenergia Coelba (perdas totais em 12 meses de 14,82%), Pernambuco (16,74%), Brasília (13,06%) e Elektro (6,16%). A despeito dos desafios do período, as distribuidoras menos eficientes do grupo, Neoenergia Coelba e Pernambuco, estão se aproximando novamente das metas regulatórias.

Em relação ao segmento de transmissão, o desempenho operacional também foi positivo. Em julho de 2021, entrou em operação comercial o primeiro trecho do lote 6 do leilão de dezembro de 2017 (Santa Luzia). Em agosto, também entrou em operação o último trecho do empreendimento de Dourados (lote 4), com a Neoenergia tendo finalizado a entrega referente ao leilão de abril de 2017 com antecipação média de 15 meses em relação ao prazo regulatório, além de orçamento inferior ao previsto originalmente pela Aneel.

No segmento de geração de energia, destacamos a entrada de 184 megawatts (MW) do Complexo de Chafariz no terceiro trimestre, o que impulsionou a geração eólica do período, que reportou alta de 12,48% em relação ao mesmo período em 2020. Já a energia hidráulica gerada houve queda de 4,09% em razão da menor afluência, com impacto minimizado pelo seguro do risco hidrológico (chamado de GSF, na sigla em inglês).

Isso também foi compensado pela intensa geração térmica do período, 385,65% superior ao observado no mesmo intervalo em 2020, motivado pelo maior despacho das plantas em virtude da atual crise hidrológica enfrentada pelo País.

Em suma, os resultados divulgados pela Neoenergia vieram sólidos, acima das expectativas de mercado. Desta forma, esperamos um impacto positivo no preço das ações da companhia de energia para o curto prazo na Bolsa.

Resultados trimestrais do Facebook, sem muito brilho

O Facebook (FBOK34) apresentou os resultados do terceiro trimestre de 2021, com números regulares: receita um pouco abaixo do esperado, lucro por ação acima das expectativas e um guidance (meta) positivo para o último trimestre do ano.

A receita líquida foi de US$ 29,01 bilhões, crescimento de 35% na comparação anual e cerca de 4,3% abaixo do esperado. O resultado foi impulsionado pelo acréscimo de 33% na receita de anúncios e aumento de 195% na linha de "outros", que incorporam números do Facebook Reality Labs (produtos de hardware e software de realidade aumentada e virtual).

O número de usuários que utilizam algum dos aplicativos da companhia no prazo de um mês (MAUs) alcançou a incrível marca de 3,58 bilhões de pessoas, crescimento de 12% na base anual. Desses, 2,81 bilhões são usuários diários ativos (DAUs). O lucro por ação foi de US$ 3,22 e bateu as estimativas, que giravam na casa dos US$ 3,19 por ação.

Nós "curtimos" o resultado do Facebook, embora sem muito brilho. A receita abaixo do esperado foi um ponto decepcionante que classificamos como relevante e atípica. Já as margens vieram razoáveis e o lucro líquido positivo. A revisão das despesas e dos gastos em investimentos em capital para baixo também é uma sinalização positiva.

Entendemos que o desempenho das ações abaixo da média do mercado nas últimas semanas abre espaço para alguma recuperação no curto prazo.

Além disso, vemos o crescimento do Facebook Reality Labs como bastante encorajador. A companhia anunciou, inclusive, que irá começar a reportar esta linha de negócio com mais detalhes a partir do quarto trimestre. O negócio deve ganhar relevância e pode ser a próxima grande avenida de crescimento.

Alguns contrapontos têm atrapalhado uma melhor avaliação do Facebook no mercado. Sobretudo problemas regulatórios, como a transação de dados de usuários na Europa, acusações de má-conduta quanto ao uso dos aplicativos por parte do público jovem e algumas incertezas associadas à atualização do sistema operacional da Apple (iOS 14)

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.