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ANÁLISE

Nova oferta da Braskem pode derrubar ações, mas é positiva no longo prazo

Felipe Bevilacqua

07/01/2022 09h53

Hoje comentaremos a oferta de ações da Braskem que pode ocorrer em janeiro e falaremos a respeito do desempenho mais fraco das ações da Amazon em 2021.

Confira a seguir o comentário de Felipe Bevilacqua, analista e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento, sobre essas movimentações. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e avaliações de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimento. Este conteúdo é acessível para os assinantes do UOL. O UOL tem uma área exclusiva para quem quer investir seu dinheiro de maneira segura e lucrar mais do que com a poupança. Conheça!

Nova oferta de ações da Braskem pode ocorrer em janeiro

Segundo notícias divulgadas na mídia, pode ocorrer ainda em janeiro deste ano, a depender das condições do mercado, o follow-on (quando a companhia decide ofertar mais ações no mercado) da Braskem (BRKM5), parte do processo da venda de participação da Petrobras (PETR3, PETR4) e da Novonor (ex-Odebrecht) na companhia.

A operação deve consistir na venda de apenas ações preferenciais de posse das companhias, que pode arrecadar entre R$ 9 bilhões e R$ 10 bilhões. Na sequência, a petroquímica Braskem deve migrar para o Novo Mercado, nível mais alto de governança da B3, para então realizar um novo follow-on para a venda das ações restantes da Petrobras e da Novonor.

Vemos a notícia como positiva para todas as partes envolvidas, em especial para o plano de recuperação judicial da Novonor. Para a Braskem, a conclusão da operação elimina a pressão vendedora sobre seus papéis. A migração para o Novo Mercado também é um ponto positivo. Contudo, no curto prazo, a análise é que o follow-on pode derrubar as cotações da petroquímica devido ao grande volume ofertado, que normalmente vem com desconto ao preço de tela.

Do ponto de vista da Petrobras, a venda da participação vai em linha com seu plano estratégico de desinvestimentos em ativos não core, podendo gerar mais dividendo a seus acionistas, visto que a companhia atingiu sua meta de endividamento antes do previsto.

Amazon tem desempenho abaixo da média em 2021

Gigante do setor de tecnologia, a Amazon (AMZN) viu suas ações terem um dos piores desempenhos desde 2014, ano em que as ações da empresa caíram 22%. Em 2021, os papéis até subiram, na casa dos 2,4%, porém na comparação com as gigantes do grupo FAANG (Facebook - agora com o nome de Meta -, Apple, Amazon, Netflix e Google) o rendimento foi tímido.

Um dos fatores que pode explicar o resultado ruim dos papéis da empresa em 2021 consiste no forte desempenho das empresas de e-commerce, com o fechamento da economia em 2020. Nesse período, iniciando no segundo trimestre de 2020 em consequência do agravo pandêmico vivido na época, os lucros da Amazon triplicaram ano após ano.

Entretanto, com a melhora da situação da pandemia, as pessoas voltaram a seus hábitos pré-pandêmicos, o que levou à desaceleração dos números de crescimento. Para se ter ideia, já no segundo trimestre de 2021, a receita da Amazon cresceu 27%, uma grande redução em relação ao ano anterior, em que o número foi de 41%.

As preocupações dos investidores em relação ao aumento dos custos no negócio de varejo da Amazon também podem ter contribuído para o baixo desempenho das ações no ano, com o um aumento dos preços logísticos na segunda metade de 2021, retrato de uma demanda maior por petróleo e derivados.

Por outro lado, vemos 2022 com outra realidade para a Amazon. Em primeiro lugar, acreditamos que algumas expectativas negativas já estão precificadas e, segundo informações de mercado, os custos logísticos, que estão intimamente ligados aos aumentos do preço do petróleo, estão prestes a estabilizar, com a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) sinalizando aumento da produção em breve.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.