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ANÁLISE

Novos lockdowns e calote de construtora esfriam economia chinesa

Noel Celis/AFP
Imagem: Noel Celis/AFP

Rafael Bevilacqua

04/07/2022 08h52

Esta é a versão online da edição de hoje da newsletter Por Dentro da Bolsa, que fala da importância do mercado chinês para o Brasil e dos sinais de desaceleração da economia da China. Para assinar este e outros boletins e recebê-los diretamente no seu email, cadastre-se aqui. Os assinantes UOL ainda têm direito a mais duas newsletters exclusivas sobre investimentos.

A China é a principal importadora de uma série de produtos brasileiros, e é uma nação com papel central nos mercados globais de commodities, como o minério de ferro, o petróleo e alimentos.

Nota-se a importância da China nesses mercados quando olhamos para o período conhecido como "boom" de commodities, compreendido entre os anos 2000 e 2014.

Nesse período, a demanda chinesa por produtos primários explodiu, beneficiando as economias de países subdesenvolvidos, como o Brasil, que exportou toneladas e mais toneladas de insumos para alimentar as cadeias produtivas do gigante asiático.

Atualmente, contudo, a China tem dado sinais cada vez mais claros de desaceleração do seu crescimento econômico, principalmente a partir de 2021, quando eclodiu a crise do setor imobiliário chinês.

As vendas de imóveis residenciais seguem em queda, e o aumento do custo do endividamento tem impedido muitas empresas de buscar refinanciamento para suas dívidas no exterior.

Nesse cenário, muitas construtoras e incorporadoras chinesas correm risco de falência, e algumas delas têm deixado de honrar seus compromissos financeiros.

Na madrugada desta segunda-feira (4), os mercados globais receberam a notícia de que a incorporadora chinesa Shimao não efetuou o pagamento de um título de dívida no valor de US$ 1 bilhão.

Além disso, o governo chinês ordenou novos lockdowns na província de Anhui, diante de um novo surto de covid-19. Após 287 novos casos da doença terem sido registrados nesta segunda-feira, Pequim ordenou o confinamento de cerca de 1,7 milhão de pessoas nos condados de Sixian e Lingbi.

A política de covid zero instaurada no país tem contribuído para a desaceleração da economia e o esfriamento da demanda por uma série de produtos e insumos.

A China segue sendo uma economia robusta e diversificada, mas é inegável que a atual situação do setor de construção civil e a dificuldade de liquidar o coronavírus são duros golpes desferidos contra as metas de crescimento estabelecidas pelo governo chinês.

Leia no 'Investigando o Mercado' (exclusivo para assinantes UOL, que possuem acesso integral ao conteúdo de UOL Investimentos): informações sobre o primeiro leilão de transmissão de energia de 2022.

Um abraço,

Rafael Bevilacqua
Estrategista-chefe e sócio-fundador da Levante

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