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ANÁLISE

Dona de Sadia e Perdigão retoma exportação de frango para a Arábia Saudita

BRF fez acordo para criar empresa de frango e previu US$ 350 mi em aportes - Divulgação
BRF fez acordo para criar empresa de frango e previu US$ 350 mi em aportes Imagem: Divulgação

Rafael Bevilacqua

26/07/2022 09h17

A BRF (BRFS3), dona das marcas Sadia e Perdigão, anunciou na noite de sexta-feira (22) que o serviço sanitário da Arábia Saudita (Saudi Food and Drug Authority), autorizou a retomada das exportações de frango da unidade da BRF de Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos, para o país.

Confira a seguir o comentário de Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento, sobre o tema. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e avaliações de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimento. Este conteúdo é acessível para os assinantes do UOL. O UOL tem uma área exclusiva para quem quer investir seu dinheiro de maneira segura e lucrar mais do que com a poupança. Conheça!

Após grandes investimentos nessa unidade, a BRF, que é líder no mercado saudita de frango com a marca Sadia, foi surpreendida em agosto de 2019 por um embargo que restringia as exportações de carne de frango para o país. A restrição árabe visava uma maior autossuficiência na produção de aves no território saudita, fazendo com que as empresas estrangeiras investissem na produção de frango no próprio país.

Desde então, a BRF adquiriu a Sharqiya Food Production Factory e firmou acordo com um fundo soberano da Arábia Saudita para a criação de uma joint venture na produção de frango no país. Este último, no qual a brasileira terá participação de 70%, terá investimentos de US$ 350 milhões.

Além de ser um dos maiores mercados consumidores de frango do mundo, o Oriente Médio pode ser considerado um mercado premium. Para poder exportar carne para países que seguem o islamismo, o método de abate deve seguir um procedimento religioso, classificando a carne como halal. Tal procedimento aumenta a inspeção pelos países importadores, assim como as barreiras de entrada e as margens da atividade.

A notícia é positiva para a BRF, e vem em um momento oportuno para a companhia, que havia reportado resultados decepcionantes no primeiro trimestre deste ano.

Além da retomada das importações pela Arábia Saudita, a companhia tem se beneficiado de um recuo dos preços de commodities agrícolas como milho e soja, que são as principais matérias primas das rações utilizadas para alimentar os rebanhos da BRF.

A empresa vinha sofrendo com o aumento dos custos de produção de carne em decorrência da valorização dos grãos no mercado internacional, principalmente desde a eclosão da guerra na Ucrânia, que é uma das maiores produtoras de grãos do planeta.

O recuo dos preços dos grãos favorece não apenas a BRF, mas todas as empresas de proteína animal listadas na Bolsa, bem como o consumidor final, que tem lidado com sucessivos aumentos no preço da carne.

As ações da BRF fecharam em alta de 1,43% na segunda-feira, cotadas a R$ 16,30.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.