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ANÁLISE

Magalu, Americanas e dona das Casas Bahia enfrentam cenário difícil

Aloisio Mauricio /Fotoarena/Folhapress
Imagem: Aloisio Mauricio /Fotoarena/Folhapress

Rafael Bevilacqua

12/08/2022 09h44

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As varejistas Magazine Luiza (MGLU3), Americanas (AMER3) e Via (VIIA3), dona das marcas Casas Bahia e Ponto, divulgaram seus resultados referentes ao segundo trimestre deste ano, revelando um cenário particularmente difícil para o setor.

O Magazine Luiza teve prejuízo de R$ 135 milhões no período, contra um lucro de R$ 89,1 milhões no segundo trimestre de 2021. A Americanas, por sua vez, fechou o trimestre com um prejuízo de R$ 98 milhões, resultado 15,6% pior do que o observado um ano antes.

Por fim, a Via teve lucro contábil de R$ 6 milhões no período, resultado melhor do que os reportados pelas concorrentes, mas que corresponde a uma queda de 95,5% com relação ao lucro de R$ 132 milhões auferido um ano antes.

A piora dos resultados dessas companhias revela que o varejo, tanto físico quanto digital, tem sofrido para repassar a alta dos preços ao consumidor de forma a manter suas margens em patamares saudáveis. O setor varejista registrou um recuo de 1,4% em junho, o segundo mês consecutivo de queda.

Além disso, com a alta dos juros, há um desestímulo ao financiamento de bens duráveis, que representam boa parte das receitas de Magalu e Via.

Com a Selic - taxa básica de juros - em 13,75%, os juros da dívida dessas empresas também se tornam mais altos, resultando em um aumento do custo da dívida.

Todas essas companhias têm buscado uma maior inserção no meio digital, tendo em vista as mudanças nos hábitos de consumo da população que se intensificaram durante a pandemia.

Contudo, para conseguir se consolidar no ambiente digital, essas empresas precisam enfrentar a forte concorrência de gigantes estrangeiras do setor, como a norte-americana Amazon (Nasdaq: AMZN) e a argentina Mercado Livre (Nasdaq: MELI), que contam com uma infraestrutura robusta e com a expertise nas vendas via internet.

É esperado um impacto negativo nas ações do setor no curto prazo, porém as perdas devem ser limitadas, uma vez que os papéis já se encontram em patamares de preço muito baixos, tendo sido excessivamente penalizados ao longo dos últimos meses.

Leia no 'Investigando o Mercado' exclusivo para assinantes UOL, que têm acesso integral ao conteúdo de UOL Investimentos): informações sobre os resultados do Banco do Brasil no segundo trimestre de 2022.

Um abraço,

Rafael Bevilacqua
Estrategista-chefe e sócio-fundador da Levante

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Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.