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OPINIÃO

Campanha eleitoral ameaça sequência de altas da Bolsa, mas há oportunidades

Candidatos começaram oficialmente a campanha na terça-feira (16) - Reprodução
Candidatos começaram oficialmente a campanha na terça-feira (16) Imagem: Reprodução

Rafael Bevilacqua

17/08/2022 09h07

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A eleição presidencial deste ano deve ser particularmente desafiadora para os mercados brasileiros, uma vez que os principais candidatos têm defendido uma série de medidas custosas para os cofres públicos e que colocam em xeque o cumprimento de uma agenda de responsabilidade fiscal.

Na terça-feira (16), teve início, ao menos oficialmente, o período de campanha eleitoral, que se estende até 1° de outubro, véspera do primeiro turno das eleições.

O início do período de campanha coincide com o final da temporada de balanços do segundo trimestre, o que significa que os próximos meses devem ser conturbados para a Bolsa, que não contará com a ajuda dos resultados corporativos para driblar a ansiedade eleitoral.

Contudo, é preciso ter pulso firme e não se deixar levar pelo pânico e pelo comportamento de manada. Em momentos de tensão e instabilidade, muitos investidores tendem a adotar uma postura alarmista e acabam vendendo bons ativos na pior hora possível.

Antes de mais nada, é preciso ter em mente que existe um abismo entre o que os políticos dizem em campanha e o que eles fazem uma vez que chegam ao poder. Tanto para o bem quanto para o mal, é extremamente comum ver promessas de campanha sendo quebradas quando a realidade se impõe.

Além disso, sempre há boas oportunidades de investimento disponíveis, e há muitos grandes investidores que já venceram diversas crises ao longo de décadas de experiência no mercado financeiro.

Por fim, tendo em vista o recuo da inflação e a perspectiva de fim do ciclo de alta dos juros, podemos dizer que há uma série de fatores capazes de impulsionar a alta da Bolsa mesmo em meio a bravatas populistas e debates frequentemente infrutíferos entre figuras proeminentes da política brasileira.

Dessa forma, caberá ao cenário externo desempatar esse equilibrado duelo entre a melhora da economia doméstica e a incerteza eleitoral. Caso o cenário macroeconômico e geopolítico global dê sinais de melhora, especialmente no que diz respeito à inflação dos Estados Unidos e às tensões entre China e Taiwan, é possível projetar um cenário otimista para o mercado brasileiro de ações.

Leia no 'Investigando o Mercado' (exclusivo para assinantes UOL, que têm acesso integral ao conteúdo de UOL Investimentos): informações sobre os resultados da Vibra Energia, ex-BR Distribuidora, no segundo trimestre de 2022.

Um abraço,

Rafael Bevilacqua
Estrategista-chefe e sócio-fundador da Levante

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Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.