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ANÁLISE

Garimpo na Bolsa: como achar as melhores empresas para investir?

Bolsa: Como escolher empresas para investir? Veja o que você precisa analisar, antes de comprar ações - Getty Images/iStockphoto
Bolsa: Como escolher empresas para investir? Veja o que você precisa analisar, antes de comprar ações Imagem: Getty Images/iStockphoto

Colaboração para o UOL, em São Paulo

20/08/2022 04h00

Quer investir em ações, mas não sabe como encontrar empresas que sejam consideradas boas oportunidades na Bolsa?

Luís Nuin, analista da Levante, mostra qual tipo de ação tem atraído mais o investidor e qual tipo de análise você deve fazer antes de aplicar o seu dinheiro.

Ele fala que é preciso fazer uma análise 'top-down'. Mas o que é isso? Primeiro, olhe a macroeconomia e vá fatiando isso até chegar nas escolhas dos setores que melhor se encaixam naquele período e, depois, escolha as empresas propriamente ditas, afirma.

Assista ao programa completo e confira toda a análise feita pelo especialista. Ele também respondeu a perguntas sobre investimentos. O assunto foi abordado na terça-feira (2) no programa Investimento Ao Vivo, da casa de análise Levante Ideias de Investimento, em parceria com o UOL.

O Investimento Ao Vivo é transmitido quinzenalmente na página inicial do UOL, UOL Economia e UOL Investimentos, e fica disponível para quem quiser se aprofundar nos temas.

Ações de valor e ações de crescimento

Segundo Nuin, de uma forma geral, as ações podem ser separadas em duas classes:

  • Ações de valor: empresas bastante robustas, com fluxo de caixa estável, como Petrobras, Vale, companhias do setor de energia (CPFL, Engie) e do setor de papel e celulose (Suzano).
  • Ações de crescimento: basicamente empresas que têm um pé maior no setor de tecnologia e com resultados de curto prazo que ainda dependem de crescimento, para atingir, em algum momento lá na frente, fluxo de caixa positivo. Alguns exemplos: Meliuz, Enjoei e outras do setor de varejo.

"Essa não é a única forma de separar as ações. Mas, nos últimos tempos, o mercado tem feito essa leitura: ações de valor e ações de crescimento. O que temos visto é uma predileção por parte dos investidores por ações de valor", afirma Nuin.

Como escolher uma ação?

Para Nuin, antes de escolher uma ação para investir, é preciso fazer uma análise "top-down", partindo da macroeconomia até chegar aos setores que melhor se encaixam naquele período e, com isso, escolher as empresas.

"A gente sempre deve começar do ponto de vista mais amplo, fazendo uma análise fundamentalista, que vai olhar os fundamentos: como está o setor, como está a empresa, como estão as finanças da empresa, como está a curva de oferta e demanda do produto que a empresa vende, etc", afirma.

Essa é uma análise clássica, para olhar tanto os aspectos macroeconômicos quanto os microeconômicos.

Os macroeconômicos são aspectos mais generalistas da economia como um todo. Vale olhar a economia lá fora, nos EUA, na Europa, na Ásia, mas especificamente olhando a economia chinesa. Depois, atenção para nossa economia local, olhando alguns setores específicos. E dentro desses setores que se encaixam melhor naquele momento econômico, é feita a escolha das ações, afirma.

Preço muda todo dia, mas análise não

Ele diz que é preciso sempre colocar em perspectiva o ambiente econômico no qual estamos inseridos.

"A gente sempre vai ter algum tipo de efeito derivado desse ambiente econômico na ação A, na ação B, na ação C, independentemente do setor e do porte da empresa. Isso sempre vai levar a uma precificação", declara.

Segundo Nuin, o "preço de tela" é o preço da ação daquele determinado instante. "O preço de tela está muito atrelado ao sentimento daquele exato instante. O preço é o que a gente vê na tela; já o valor é baseado na análise fundamentalista, um pouco mais ampla", diz.

A análise fundamentalista, diz ele, leva muito mais variáveis em consideração. "Ela normalmente só vai ser comprovada no médio prazo. A gente nunca vê uma análise fundamentalista dar resultado em uma semana, 15 dias. A gente constrói teses de investimento, que vão sendo comprovadas com o tempo ou não", afirma.

Como garimpar boas oportunidades?

Para Nuin, você deve ficar atento a alguns fatores, como fluxo de caixa da empresa (se ela tem uma boa rentabilidade, por exemplo), modelos de negócios já consolidados, receitas consolidadas, se a companhia está mais exposta ao mercado doméstico ou ao internacional, entre outros.

Ele diz, por exemplo, que o setor de varejo tem margem de negócio muito apertada. "A margem líquida do varejo, que é o lucro, normalmente gira em torno de 2% da receita. Porque o varejo é basicamente um distribuidor: ele compra itens de alguém e vende esses itens para outro alguém, mas a sua agregação de valor, ou seja, o que ela faz no meio do caminho, não possibilita que a empresa tenha margem maior."

Já o setor elétrico, segundo Nuin, têm empresas de valor. O setor pode ser separado em três subsetores: as de geração, de transmissão e de distribuição de energia. "Dentre esses subsetores, o de distribuição é o mais tranquilo, porque não têm necessidade de investimentos recorrentes. As distribuidoras de energia são empresas que, normalmente, pagam dividendos bastante altos", afirma.

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Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.