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O aumento dos juros no Brasil e nos EUA pode prejudicar a Bolsa?

Do UOL, em São Paulo

23/06/2021 04h00

Na última semana, os bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos ganharam os holofotes dos investidores no país, que esperavam as decisões sobre as taxas de juros. Nos EUA, a taxa foi mantida entre 0% e 0,25% em 2021, conforme estimado pelas projeções do mercado. O programa de compra de títulos também se manteve inalterado.

Por aqui, o Banco Central aumentou a taxa de juros, a Selic, de 3,5% ao ano para 4,25% ao ano. "A alta veio em linha com o esperado pelo mercado, mas o que pesou, assim como nos EUA, foi a sinalização para o futuro", afirma Felipe Bevilacqua, analista da Levante Ideias de Investimentos.

O economista analisou como os juros dos dois países afetam a Bolsa brasileira. Leia abaixo a análise feita pelo especialista.

Projeções futuras pesam

A manutenção na taxa de juros dos EUA, e o aumento na taxa brasileira já eram esperados pelo mercado. São as projeções futuras que estão pesando, afirma Bevilacqua.

O que chamou a atenção dos investidores foi a projeção para inflação em 2021, que mudou de 2,2% para 3% [nos EUA]. Após a divulgação, o presidente do Fed (Banco Central norte-americano), Jerome Powell, admitiu que a inflação para 2021 pode ser mais alta e mais persistente do que esperam.
Felipe Bevilacqua

A fala de Powell, segundo o analista, trouxe uma certa preocupação aos mercados. "O tom de cautela do discurso foi entendido como uma sinalização da alteração da política monetária mais cedo do que o previsto", afirma.

Na próxima sexta-feira (25), serão divulgados os dados do PIB do primeiro trimestre de 2021. Com base nessas informações, poderemos saber ao certo como está a recuperação da atividade econômica do país.
Felipe Bevilacqua

No Brasil, o Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, sinalizou mais uma alta nos juros na próxima reunião, que acontecerá em agosto, devido à alta da inflação.

Como fica a Bolsa?

Segundo Bevilacqua, apesar de uma alta da Selic acima do esperado e um aumento na taxa de juros norte-americana não ser algo bom, é preciso destacar alguns fatos.

Nos Estados Unidos, o jogo para o investidor está nos 35 minutos do segundo tempo. Por aqui, o segundo tempo só começou agora. Ou seja, por lá, depois de tomar vários gols da pandemia nos primeiros 45 minutos, a economia está em um movimento franco de recuperação. Já empatou a partida e deve virar o jogo no próximo ataque. Assim, o mercado acionário norte-americano já subiu bastante e cravou vários recordes devido às políticas de estímulo. Com sua retirada, as condições econômicas devem retornar a algo parecido com a normalidade, mas tendo se recuperado da crise.
Felipe Bevilacqua

Por aqui, segundo o analista, só agora a vacinação começa a mostrar resultados.

O fim das medidas de isolamento, que têm efeitos devastadores sobre o Produto Interno Bruto (PIB) está à vista, mas ainda não chegou. Assim, depois de tomar vários gols da pandemia, a economia brasileira voltou do vestiário revigorada, pronta para tentar virar o jogo. Só que ainda há 45 minutos pela frente, e o time adversário não entregou os pontos.
Felipe Bevilacqua

Isso quer dizer, segundo o especialista, que ainda há boas oportunidades no mercado de ações. "Inclusive, as ações que temos nas carteiras podem apresentar bons resultados devido ao crescimento internacional".

Para quem ainda não pegou as recomendações de investimentos, elas estão aqui:

O economista fez uma análise sobre os pontos que o investidor deve atentar diante de possíveis novas altas dos juros, e mostra ainda o desempenho das carteiras de investimentos preparadas por ele. Você pode acessar o relatório completo aqui.

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