Investir na Via, dona da Casas Bahia, é bom negócio, diz analista
Na última semana, a Via (ex-Via Varejo), dona da Casas Bahia e Ponto (ex-Pontofrio), apresentou lucro líquido de R$ 132 milhões no segundo trimestre, uma alta de 103% frente ao mesmo período do ano passado. No dia seguinte aos resultados, os papéis da companhia na Bolsa despencaram 7,3%. Mesmo com o aumento no lucro, a empresa deixou de ser atrativa para os investidores?
Para o economista Felipe Bevilacqua, analista da Levante Ideias de Investimentos, não. "Essas quedas bruscas sempre trazem incertezas aos investidores, principalmente àqueles que não estão acostumados com o 'sobe e desce' da Bolsa", afirma. Ele recomenda a compra das ações da empresa e explica abaixo o motivo.
Empresa apresenta crescimento
"A empresa vem mostrando crescimento nos últimos balanços divulgados, inclusive ganhando mercado", afirma Bevilacqua.
No relatório de resultados do segundo trimestre, a empresa apresentou aumento de 51% no GMV bruto, em relação ao mesmo período de 2020. Essa métrica representa o valor total de venda de produtos e serviços em um determinado mercado.
"Não só cresceu, como foi um crescimento maior que o mercado, o que resultou em ganho em participação de mercado pela empresa", afirma o analista.
As vendas digitais foram responsáveis por 65% desse total. "Isso mostra que a companhia está conseguindo operar bem seu braço do e-commerce, que até 2019 tinha pequena representatividade na receita da empresa", diz Bevilacqua.
O marketplace da empresa superou a marca de 71 mil vendedores, número que, no início do ano, era na casa dos 10 mil.
"Um crescimento expressivo em um segmento que deixava a desejar quando comparado aos seus concorrentes. O crescimento não foi só em número de vendedores, mas em número de produtos vendidos, que teve um salto de março de 2020 a julho de 2021, saindo da casa dos 3 milhões para 30 milhões. Isso resultou em um aumento de 85% nas vendas do marketplace no ano contra ano", afirma o analista.
A receita líquida da empresa no segundo trimestre, frente ao mesmo período de 2020, teve um salto de 49%, atingindo R$ 7,8 bilhões.
Já o Ebitda ajustado - métrica de geração de caixa - foi de R$ 485 milhões, representando um aumento de 54,4% em relação ao segundo trimestre de 2020.
"Até quem não entende do assunto, no detalhe de cada linha analisada no balanço, consegue ver que o resultado apresentou melhoras significativas quando comparado ao mesmo período do ano anterior, encerrando o trimestre no positivo", afirma Bevilacqua.
Então, por que as ações caíram no dia seguinte?
"Em algumas linhas do resultado, o crescimento veio abaixo do esperado pelo mercado", diz o analista. Esse foi um dos motivos para a queda das ações no dia seguinte à divulgação dos resultados.
"Além disso, existem alguns pontos de atenção. Grande parte das vendas advém da modalidade carnê. O carnê é uma modalidade mais arriscada quando se fala de inadimplência, de modo que o risco de não recebimento fica todo com a empresa. Porém, nos anos anteriores à digitalização, foi em função dessa modalidade que a Via conseguiu crescer. Isso porque a companhia é pioneira na operação desta modalidade de financiamento a clientes", diz o analista.
Ele afirma ainda que o mercado "está desconfortável" com o fato de a companhia estar "queimando" caixa.
"Mas é importante entender que, dada as características da operação, isso pode ser considerado como a 'dor do crescimento', pois para investir em tecnologia e continuar se expandindo, a empresa terá que queimar algumas cifras bilionárias".
Analista recomenda a compra das ações
Mesmo com a queda expressiva das ações, o analista segue recomendando a empresa.
Isso porque, em 2020, um ano difícil para o comércio em geral, a empresa conseguiu reverter o prejuízo de R$ 1,4 bilhão de 2019 para lucro de R$ 1 bilhão em 2021.
"Apesar da crise sem precedentes em que o país vivia, a empresa conseguiu fazer esta transformação. Esse processo de mudança permitiu à Via fechar a lacuna operacional com o principal concorrente, o Magazine Luiza", afirma Bevilacqua.
"Via entrou forte na operação multicanal (físico + digital), agregando outras operações complementares, como logística de última milha (ASAPLog) e financeiro (Banqi), permitindo um crescimento robusto com melhoria de margens".
Além disso, para o analista, as ações empresa (VIIA3) estão sendo negociadas abaixo da sua principal concorrente, o Magalu (MGLU3).
"Esse é um ponto muito importante e que nos faz enxergar uma oportunidade de investimento", afirma.
Estes também foram os motivos para que o analista substitua Magazine Luiza pela Via na carteira de investimentos recomendada aos assinantes do UOL.
Para quem ainda não pegou as recomendações de investimentos, elas estão aqui. O investidor deve considerar que Magalu sai das carteiras e é substituída pela Via —ex-Via Varejo. Além disso, agora, a Raízen entra na lista das indicações.
- Carteira quem não aceita risco algum;
- Carteira para quem tem perfil mais conservador, mas aceita um pouquinho de risco;
- Carteira para quem é mais moderado;
- Carteira para quem aceita mais risco;
- Carteira para quem aceita alto risco.
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Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo analista Felipe Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.
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