Olá, investidor. Os mercados globais digerem uma nova onda de otimismo sobre a influência da variante ômicron, com valorizações nas principais bolsas de valores na manhã desta terça-feira (7), lideradas por ganhos de ações de empresas ligadas a viagens e turismo. Paralelamente, repercute positivamente a ação do governo chinês para aliviar a crise de crédito no setor imobiliário. De acordo com agências internacionais, o epidemiologista alemão Karl Lauterbach, possível futuro ministro da Saúde da Alemanha, avalia que o vírus evoluiu para se tornar mais transmissível e menos letal, o que significa que mesmo em caso de aumento do número de infecções em virtude da nova cepa, o número de casos graves deve seguir em queda. Na China, o anúncio de corte de compulsórios pelo banco central sinaliza que Pequim está disposta a agir para evitar uma desaceleração da atividade econômica. Além disso, as importações e as exportações na China cresceram acima do esperado em novembro, numa evidência de possível reação das cadeias globais de suprimentos diante da demanda firme. A notícia tende a seguir fortalecendo as cotações de commodities metálicas, como o minério de ferro, e do petróleo, em um prenúncio de pregão mais favorável para blue chips brasileiras, como Vale e Petrobras. Mas a perspectiva nublada para emergentes permanece, diante da iminente redução de estímulos monetários por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Com menor preocupação sobre a ômicron, a tendência é que os investidores passem a precificar esse cenário cada vez mais. E por aqui, o que esperar? Por aqui, começa nesta terça-feira o primeiro dia de reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central). A perspectiva de que a taxa básica de juros, a Selic, será elevada em 1,5 ponto percentual para 9,25% ao ano é quase consensual, na esteira das declarações do próprio Banco Central diante da inflação persistente, fugindo da meta. Investidores tentam mensurar o impacto do aperto monetário no nível de atividade econômica. No âmbito político, o mercado monitora a tramitação da PEC dos Precatórios, sob dúvidas quanto aos próximos passos após a aprovação no Senado, como a possibilidade de retorno de parte do texto para a Câmara. Essa falta de clareza sobre a trajetória das contas públicas convive com a ameaça de eventuais novas medidas populistas às vésperas de ano eleitoral. Para completar, declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre eventual queda nos preços dos combustíveis vendidos nas refinarias da Petrobras geram algum ruído entre investidores na B3. Vale destacar que, embora tenha caído recentemente, a cotação do petróleo no mercado internacional - que serve como parâmetro para a política de preços da estatal - reage com valorização diante do alívio das tensões sobre a ômicron. No 'Investigando o Mercado' de hoje (exclusivo para assinantes do UOL): a repercussão sobre a polêmica envolvendo a política de preços da Petrobras e novidades de Lojas Quero-Quero. Abraços, Felipe Bevilacqua Analista de Investimentos de Levante CNPI - Analista certificado pela Apimec Gestor CGA - Gestor de Fundos certificado pela Anbima Administrador de Recursos e Gestor autorizado pela CVM Queremos ouvir vocêTem alguma dúvida ou sugestão sobre investimentos? Mande sua pergunta para uoleconomiafinancas@uol.com.br. |