Olá, investidor. A China é a principal importadora de uma série de produtos brasileiros, e é uma nação com papel central nos mercados globais de commodities, como o minério de ferro, o petróleo e alimentos. Nota-se a importância da China nesses mercados quando olhamos para o período conhecido como "boom" de commodities, compreendido entre os anos 2000 e 2014. Nesse período, a demanda chinesa por produtos primários explodiu, beneficiando as economias de países subdesenvolvidos, como o Brasil, que exportou toneladas e mais toneladas de insumos para alimentar as cadeias produtivas do gigante asiático. Atualmente, contudo, a China tem dado sinais cada vez mais claros de desaceleração do seu crescimento econômico, principalmente a partir de 2021, quando eclodiu a crise do setor imobiliário chinês. As vendas de imóveis residenciais seguem em queda, e o aumento do custo do endividamento tem impedido muitas empresas de buscar refinanciamento para suas dívidas no exterior. Nesse cenário, muitas construtoras e incorporadoras chinesas correm risco de falência, e algumas delas têm deixado de honrar seus compromissos financeiros. Na madrugada desta segunda-feira (4), os mercados globais receberam a notícia de que a incorporadora chinesa Shimao não efetuou o pagamento de um título de dívida no valor de US$ 1 bilhão. Além disso, o governo chinês ordenou novos lockdowns na província de Anhui, diante de um novo surto de covid-19. Após 287 novos casos da doença terem sido registrados nesta segunda-feira, Pequim ordenou o confinamento de cerca de 1,7 milhão de pessoas nos condados de Sixian e Lingbi. A política de covid zero instaurada no país tem contribuído para a desaceleração da economia e o esfriamento da demanda por uma série de produtos e insumos. A China segue sendo uma economia robusta e diversificada, mas é inegável que a atual situação do setor de construção civil e a dificuldade de liquidar o coronavírus são duros golpes desferidos contra as metas de crescimento estabelecidas pelo governo chinês. Leia no 'Investigando o Mercado' (exclusivo para assinantes UOL, que possuem acesso integral ao conteúdo de UOL Investimentos): informações sobre o primeiro leilão de transmissão de energia de 2022. Um abraço, Rafael Bevilacqua Estrategista-chefe e sócio-fundador da Levante ********** NA NEWSLETTER UOL INVESTIMENTOS A newsletter UOL Investimentos mostra que, depois de brilhar em 2020 e 2021, o mercado de BDRs, que permitem investir indiretamente em empresas estrangeiras, acumula queda de 26% no semestre, até 28 de junho, desempenho abaixo do Ibovespa e de outros índices de ações brasileiras. Para se cadastrar e receber a newsletter semanal, clique aqui. Queremos ouvir vocêTem alguma dúvida ou sugestão sobre investimentos? Mande sua pergunta para duvidasparceiro@uol.com.br. |