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Tudo caiu? Veja os 20 fundos que mais deram retorno no primeiro semestre

Confira os fundos com melhores performances em junho e que vale ficar de olho em julho - iStock
Confira os fundos com melhores performances em junho e que vale ficar de olho em julho Imagem: iStock

Pagbank

07/07/2022 04h00

O primeiro semestre de 2022 foi marcado por alto nível de incerteza e pessimismo nos mercados globais, além de diferentes níveis da volta da covid-19 pelo mundo, chegando a levar a China a fechar de novo. No geral, o mundo também lidou com a guerra que ainda perdura entre Rússia e Ucrânia, que tem gerado uma contínua alta nos preços das commodities, elevando ainda mais a inflação e os temores de subidas de juros globais e possíveis recessões econômicas.

Já no Brasil, a taxa de desemprego do primeiro trimestre apresentou queda, atingindo a marca de 9,8%, sendo a menor taxa trimestral desde 2015. Além disso, junto ao contínuo aumento de juros no país, o governo vem tentando aprovar medidas fiscais para controlar a inflação, como a redução do ICMS dos combustíveis e a isenção nos impostos de importação de alguns alimentos. Contudo, as incertezas eleitorais e as dúvidas quanto ao futuro da saúde fiscal no país começam a ganhar ainda mais força.

Mesmo nesse cenário, alguns fundos de investimento em multimercado e em renda fixa se destacaram. Veja quais foram os melhores fundos do semestre e se vale investir.

No âmbito geral, o semestre fechou com índices globais negativos, seja o Ibovespa com queda de 6%, o S&P 500 caindo aproximadamente 21% e o dólar, em caminho levemente contrário, com uma desvalorização frente o real de aproximadamente 6%.

Neste cenário, se destacaram fundos com posições mais pessimistas nos mercados e que apostaram principalmente nas altas de juros generalizadas.

Melhores fundos multimercado

Mesmo em ambiente negativo, gestores experientes conseguiram operar o pessimismo do mercado mantendo posições compradas em juros e segmentos específicos, como alta de energia e commodities ou ganhos em posições relativas

Fonte: Quantum Axis

Para o GAP Absoluto, que rendeu 13,8% no período, o principal tema do semestre foi o aperto das condições financeiras nos EUA.

De acordo com os gestores, houve uma mudança substancial nos temas econômicos nos últimos anos pontuando que, pré-covid, o mundo convivia com uma situação de baixa inflação e, com os lockdowns e grandes estímulos, hoje o mundo começa a ter um problema bem maior com inflação global elevada e retirada dos estímulos com aperto das condições financeiras.

Com isso, o primeiro semestre foi marcado pela mudança de postura do FED (banco central americano) que passou a admitir inflação persistente e iniciou o ciclo de alta de juros.

Já para os próximos períodos a GAP tem as seguintes expectativas:

a) Fim do ciclo de alta nas taxas de juros do Brasil

Em relação aos juros, continuamos vendo o ciclo de aperto perto do fim. As projeções de inflação para 2023 continuam altas (em grande parte contaminadas pelos choques correntes) e podem estar dificultando o encerramento do ciclo. Apesar disso, vemos uma janela surgindo nas próximas reuniões, quando o horizonte começa a se deslocar para o ano de 2024.

b) Valorização do Real

Continuamos achando que o real tem espaço para valorização, por conta do atual estágio do ciclo monetário, que produz um juro real bastante elevado na comparação internacional;

c) Subida da Bolsa brasileira

Deveríamos ver nos próximos meses maior previsibilidade eleitoral. Estamos expressando atualmente essa visão comprados em empresas estatais.

Já para o Constância Absoluto, fundo que rendeu 12,8% no período, os gestores comentam:

"O primeiro semestre foi difícil para a maioria dos ativos de risco, globalmente ativos de renda fixa, crédito e ações caíram, sem falar na implosão de grande parte do mercado de cripto, até o Ouro, ativo reconhecido por ter reserva de valor em crises inflacionárias, obteve retornos negativos no período. Nesse cenário o Brasil obteve alguns ganhos relativos, a alta de grande parte das commodities que exporta elevou a arrecadação e também da atividade, apesar das surpresas positivas (em janeiro esperava-se uma recessão em 2022 e hoje a estimativa é decrescimento superior a 1,5%) as constantes revisões para cima da inflação e turbulências ligadas ao processo eleitoral impediram melhora dos preços, ações caíram para um nível de avaliação muito baixo, há também prêmio nos mercados de renda fixa."

Constância Absoluto é um fundo com posições majoritariamente no mercado de renda variável, dos quatro grupos de estratégias no fundo - long short, arbitragens, eventos e hedges tem baixíssimo risco direcional, de forma que a correlação final do fundo com o índice Bovespa é zero. a estratégia long short sistemático foi destaque no semestre, ficar comprado em ações com as características valor, qualidade, baixo risco e crescimento e vendida nas que não possuem esses atributos de forma muito diversificada foi muito bem, com todos esses fatores apresentando retornos positivos, com destaque para Valor (ações com avaliações fundamentalistas mais baixa que seus pares).

O fundo tinha também posições compradas em opções de venda de S&P como hedge que obteve ganhos significativos com a queda das ações americanas, protegendo o cotista. "

Melhores fundos de renda fixa

Em um semestre bastante positivo para renda fixa, se destacaram os fundos com posições em títulos de inflação.

Fonte: Quantum Axis

O gestor do Kinea IPCA Dinâmico II, que fechou o semestre com retorno de 8,7% comenta:

"Diferentemente dos produtos mais tradicionais que buscam superar o CDI, o fundo Kinea IPCA Dinâmico tem uma abordagem inovadora em Renda Fixa. Além do CDI, este fundo busca também superar o IPCA e consequentemente aumentar o poder de compra do cliente no longo prazo. Para isso, o fundo investe seu caixa em títulos indexados ao IPCA de curto prazo e adota posições ativas para superar esse benchmark."

O fundo aloca suas posições de forma bastante dinâmica de acordo com as oportunidades em títulos públicos, crédito privado e moedas e a estratégia é flexível de modo que podemos investir tanto no Brasil como no exterior. Atuando dessa forma, o fundo registra retornos consistentes no longo prazo.

No primeiro semestre de 2022 o Kinea IPCA Dinâmico obteve destaque com ganhos na renda fixa internacional, apostando no aumento dos juros nos EUA e na renda fixa local com ganhos em posições compradas em papéis de inflação de curto prazo.

Já para o segundo semestre, a Kinea imagina um cenário ainda bastante desafiador, com diminuição de liquidez global, possível crise na Europa e aumento da probabilidade de recessão global. No Brasil, além da volatilidade natural devido a aproximação do ciclo eleitoral, vemos desafios ainda maiores com o governo fragilizando novamente a ancora fiscal, através de cortes de impostos tanto federais como estaduais e aumento de gastos em programas como o auxílio Brasil e auxílio gás.

Por fim, o time de gestão da Kinea acredita que as melhores oportunidades ainda estão fora do Brasil, com posições para alta do dólar contra moedas do G10 e posições em juros na Europa. No Brasil seguimos cautelosos, pois apesar de acreditarmos que o BC deverá interromper o ciclo de subida de juros em breve, a SELIC deve ficar inalterada ainda por um longo período."

Já para o Sparta Debêntures Incentivadas Inflação e o Sparta Top Inflação, que renderam respectivamente 8% e 7,2% no período, os gestores comentam:

"O Sparta Top Inflação e o Sparta Debentures Incentivadas Inflação são ambos fundos de crédito privado, que buscam retornos acima do seu benchmark, o IMA-B 5, sendo o segundo fundo ainda isento de IR para Pessoas Físicas.

É importante explicar que o IMA-B 5 é um índice de inflação que comporta os títulos públicos mais curtos, ou seja, que tem menor variação de preço, seja pro bem, seja pro mal. Mesmo com uma rentabilidade mais comportada, ele consegue oferecer um bom retorno médio no longo prazo, algo que se aproxima a IPCA+5%. Portanto, é um indexador que consegue buscar um excelente retorno real aos investidores com oscilações controladas. Quando se acrescenta prêmio de crédito ao IMA-B 5, você consegue buscar um retorno ainda maior e mais equilibrado.

No primeiro semestre esses fundos tiveram um ótimo desempenho, sendo a contribuição do IMA-B 5 de +6,6% e a parcela de crédito ajudando entre +0,6% a +1,4%, a depender do fundo. O IMA-B 5 veio forte por um IPCA elevado e valorização dos títulos públicos indexados à inflação, que haviam sofrido desvalorização principalmente em 2021 e acumularam esse potencial de retorno para 2022. Já o prêmio de crédito também ajudou na rentabilidade final por estar acima do patamar histórico e em fase de grande demanda, o que valoriza ainda mais esse tipo de ativo.

Estamos entrando em um segundo semestre com a inflação esperada bem menor do que o realizado no primeiro semestre. Mesmo assim, entendemos ser um bom momento de entrada para esse tipo de produto justamente por sua composição de retorno equilibrada. Isso porque se a inflação vir baixa, pode ocorrer um efeito de mais valorização desses papéis, ou seja, o prêmio acima do IPCA diminui e confere um ganho a esse tipo de indexador. Portanto, entendemos que se a avaliação for no curto prazo para esse tipo de produto, podemos dizer que ele pode vir com um resultado em linha com o CDI, porém avaliando no médio e longo prazo a oportunidade é muito grande, dado o carrego elevado do IMA-B 5 que está em IPCA+6% e os prêmios de crédito ainda acima da média histórica."

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