Com Fed parado e Copom em ação, qual é a melhor pista para o seu dinheiro?

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Imagina que tem um grande salão de festa com dois DJs tocando. Um é o Brasil e o outro são os Estados Unidos. Os investidores são os convidados dessa festa e poderão escolher em qual pista querem dançar. Quando o DJ dos EUA aumenta o volume (os juros), a música lá fica mais animada. Resultado: muitos convidados correm para lá, afinal, parece mais divertido.
Para não ficar com a pista vazia, o DJ Brasil precisa aumentar o volume também (ou seja, subir os juros). Se o Brasil não reagir, pode perder os convidados (investidores), o dinheiro vai embora, o dólar sobe e tudo fica mais caro: da gasolina ao leite.
Só que, na festa de junho de 2025, o DJ americano manteve a batida e não aumentou os juros. Apesar disso, o DJ Brasil deu uma leve ajustada no som: aumentou o volume (juros) em 0,25%. Por quê? Porque com esse pequeno aumento, o DJ brasileiro mostra presença aos convidados internacionais, atraindo olhares, e ainda tenta conter os preços internos.
Entretanto, para alguns especialistas "da batida", a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) não foi suficiente e especula-se um novo aumento para 15,25% ao ano.
Quem sofre com isso
Um setor que é diretamente atingido é a construção civil, porque ele depende de crédito para funcionar. Imagine alguém querendo financiar um apartamento. A manutenção dos juros altos evita a fuga dos investidores para o exterior, mas o resultado é que o empréstimo aqui fica mais caro. A Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), estima uma taxa média de financiamento habitacional de 12% ao ano em 2025, enquanto que, em 2024, essa taxa foi de 10,9% ao ano.
Outra área que sente o baque é o comércio e o consumo do dia a dia. As lojas dependem de crédito para abastecer o estoque e oferecer parcelamento, o consumidor fica com receio de parcelar. De acordo com o IBGE, produtos importados como celulares, notebooks e roupas importadas subiram, em média, 8,5% nos últimos seis meses, puxados pela alta do dólar e custos logísticos.
Quem se dá bem
Por outro lado, há setores que saem ganhando. Um exemplo é o agronegócio. Como boa parte da soja, do milho e da carne que exportamos é vendida em dólar, quando este sobe, os lucros, convertidos em reais, aumentam. Dados da Conab e da CNA mostram que a valorização do dólar de 2024 para 2025 foi responsável por aproximadamente 20% de aumento no lucro dos exportadores de grãos.
E para quem está pensando em investir
Se você tem dinheiro aplicado ou está pensando em começar a investir, essa é a hora de prestar atenção. O aumento dos juros que impacta negativamente o crédito e o consumo, se reflete de modo positivo na rentabilidade de alguns investimentos.
E com toda incerteza internacional, o Brasil evitará cortes bruscos na Selic para não perder atratividade. Para o investidor brasileiro pode ser bom investir em CDBs, LCIs e Tesouro Direto IPCA+ os quais, de acordo com dados da Anbima, estão oferecendo rentabilidades acima de 6% reais (descontado a inflação) ao ano. Já o investidor mais experiente que atua na Bolsa deve observar empresas exportadoras e setores ligados ao dólar.
Como aproveitar a oportunidade?
A dica é montar uma carteira equilibrada:
- Reforçar aportes em renda fixa indexada ao CDI ou à inflação.
- Para os experientes, avaliar ativos atrelados ao dólar, como BDRs, fundos cambiais ou ETFs internacionais.
- Também considerar ações de empresas exportadoras, que tendem a se beneficiar do câmbio valorizado.
E para garantir que não irá perder o compasso da festa, não deixe de falar com o seu assessor de investimentos do PagBank.
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