Só para assinantesAssine UOL

Quais são os fundos que mais investem na Vale (VALE3)?

A Vale (VALE3) não é mais uma empresa estatal desde 1997 e, 20 anos após a privatização, passou por outra importante mudança. Em 2017, a mineradora se tornou uma "corporation". Ou seja: passou a ser uma empresa sem controlador definido. Na Vale, não há a figura do acionista controlador nem bloco de controle, e o free float é superior a 50% das ações da companhia.

"A Vale era controlada por uma estrutura bem complexa de holdings. Quando essa estrutura da Vale foi desfeita e os acionistas passaram a estar diretamente na empresa. Esse controle passou a ser mais pulverizado", explica Vitor Duarte, CIO da Suno Asset.

"Atualmente, a maior concentração de ações da Vale está nas mãos de algumas instituições, incluindo a Previ do Banco do Brasil (BBAS3), Mitsui e BlackRock, todas detendo mais de 6% do capital total da empresa. Essa é, de fato, a finalidade de uma corporation: ter decisões descentralizadas que envolvem diversos players, tornando a tomada de decisões mais complexa e menos monocrática", completa o analista Vinicius Steniski.

Além das fatias significativas detidas pelas instituições citadas acima, é natural que muitos fundos de investimento também apliquem na Vale, tendo em vista que ela é a empresa com maior participação e peso no Ibovespa. Alguns, aliás, possuem apenas papéis da mineradora em seu portfólio. É o caso do Carteira Ativa II FIA, da Funcef, com cerca de R$ 1,5 bilhão investidos na mineradora, maior valor entre todos os fundos.

O segundo da lista, Caixa FMP FGTS Vale II, vai na mesma linha, assim como o Caixa FIA Vale do Rio Doce, terceiro fundo com maior participação na mineradora. Além de terem em comum o investimento apenas nos papéis Vale, esses três fundos têm uma outra semelhança: todos são geridos pela Caixa. O Carteira Ativa II FIA, por exemplo, é o fundo de pensão que gerencia a previdência dos funcionários do banco, enquanto os outros dois são voltados para o público geral. Juntos, eles investem mais de R$ 2,8 bilhões na Vale.

"O Caixa FIA Vale do Rio Doce, por exemplo, é um fundo da Caixa para pessoas físicas. Um fundo monotemático que investe só naquela ação. O Caixa FMP FGTS Vale II tem a mesma estratégia e foi criado em 2002, quando pessoas puderam direcionar parte do seu FGTS para ações da Vale, algo parecido com o que aconteceu recentemente com a Eletrobras", afirma Vitor Duarte.

Vale: um dos fundos tem US$ 609 mi investidos na mineradora

O Singular FIA, da Fundação Cesp, é o quarto fundo de maior participação na Vale, com cerca de R$ 609 milhões investidos nos papéis da companhia. O portfólio do fundo é 91% composto por ações da mineradora, e o restante é aplicado na holding Litela Participações (LTLA3B).

O FIA Alvorada, outro fundo de pensão dos funcionários da Caixa, completa o top 5 com cerca de R$ 553 milhões investidos na Vale. Esse é o único da lista com um portfólio mais diversificado, que conta também com ações da Petrobras (PETR4), Eletrobras (ELET3), B3 (B3SA3), Banco do Brasil (BBSA3), Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4), por exemplo.

Continua após a publicidade

"Em relação à estratégia dos fundos, a maioria deles são fundos de investimento em ações (FIA) com estratégias de longo prazo, alguns com ênfase em dividendos. É importante observar que os fundos com foco em dividendos não distribuem os proventos aos cotistas, mas os reinvestem no próprio fundo", comenta Vinicius Steniski.

Dado o tamanho desses fundos, Vitor Duarte chama a atenção para a possível influência que eles exercem dentro da companhia, sobretudo quando se pensa na Caixa Econômica Federal.

"Existe uma influência desses fundos de pensão como o da Funcef e o da Cesp na Vale, quando se fala por exemplo em eleições dos membros do conselho. Não são controladores da empresa diretamente, mas exercem influência, sim. Então como a Caixa é uma gestora, ela representa esses cotistas. Caso queira exercer sua influência, o faz por meio das votações", afirma.

Vinicius Steniski, por sua vez, relativiza essa influência, citando uma baixa participação dos fundos no capital social da Vale.

"Com a transição para o formato de corporation, as instituições acabam perdendo poder de voto, e os fundos e gestoras listados não chegam a exercer influência significativa na gestão da empresa. Para entendermos mais profundamente: os fundos possuem participação menor que 1% do total do valor de mercado da companhia. Quando agrupamos os fundos da mesma gestora, também não vemos participações que cheguem a 1% do capital social total", completa, ao falar dos fundos da Vale.

Este material foi elaborado exclusivamente pelo Suno Notícias (sem nenhuma participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo nenhum tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco. Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.

Veja também

Deixe seu comentário

Só para assinantes

As mais lidas agora