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Embraer (EMBR3) tem forte resultado, mas guidance não empolga

A Embraer (EMBR3) apresentou um sólido desempenho no quarto trimestre de 2024, superando as expectativas do mercado e demonstrando avanço nas margens operacionais. Contudo, a Santander Corretora chama a atenção para o fato de que o guidance da companhia para 2025 não sugere grandes surpresas positivas.

De acordo com o relatório, esse cenário pode limitar um movimento mais expressivo das ações da Embraer no curto prazo.

Recorde na carteira de pedidos impulsionado por acordo bilionário

A carteira de pedidos da Embraer atingiu um recorde de US$ 26,3 bilhões, um crescimento de 16% na comparação trimestral. O principal destaque foi o acordo de US$ 7 bilhões com a Flexjet, que impulsionou a área de Serviços & Suporte. No segmento de Defesa & Segurança, novos pedidos para o cargueiro C-390 e o A-29 Super Tucano contribuíram para os números positivos.

No trimestre, a EMBR3 entregou 31 aeronaves comerciais (superando a estimativa de 29) e 44 jatos executivos (ligeiramente abaixo dos 46 esperados). A sazonalidade impactou o backlog da Aviação Comercial, com menos pedidos registrados no final do ano.

Crescimento de receita e melhora de margens

A receita líquida da Embraer cresceu 17% na comparação anual, alcançando US$ 2,3 bilhões. A margem bruta consolidada subiu para 18,6% (+1,3 ponto percentual). Entre os segmentos, destacam-se:

  • Aviação Comercial: crescimento de 31% na receita, com avanço de 4,6 p.p. na margem bruta, impulsionado por um mix mais favorável de produtos e clientes.
  • Jatos Executivos: receita subindo 4%, com melhora na alavancagem operacional e no mix de produtos.
  • Defesa & Segurança: alta de 15% na receita e aumento de aproximadamente 7 p.p. na margem bruta, beneficiada pelo reconhecimento de receitas do A-29 Super Tucano.
  • Serviços & Suporte: expansão de 14% na receita, mas com margens estáveis.

O EBIT ajustado ficou em US$ 265 milhões, representando um avanço de 46% em relação ao mesmo período de 2023, com margem de 11,5% (+2,3 p.p.), reforçando a maior eficiência operacional da companhia.

Forte geração de caixa reduz alavancagem

A Embraer gerou US$ 744 milhões em caixa no quarto trimestre, favorecida pelo sólido desempenho operacional e pela melhora no capital de giro, com redução de estoques e aumento nas obrigações contratuais. Com isso, a alavancagem caiu significativamente, passando de 1,3x ND/EBITDA no 3T24 para apenas 0,1x ao final de 2024.

O desempenho da companhia em 2024 reforça sua recuperação e capacidade de geração de valor, diz o Santander. No entanto, o guidance para 2025 sugere um cenário sem grandes catalisadores adicionais, o que pode manter as ações EMBR3 em compasso de espera até que novos gatilhos de crescimento surjam no horizonte.

Este material foi elaborado exclusivamente pelo Suno Notícias (sem nenhuma participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo nenhum tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco. Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.

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