Eletrobras (ELET3) ganha fôlego após acordo com governo
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Em novo relatório sobre a Eletrobras (ELET3), o Itaú BBA destaca a resolução da disputa com o governo sobre direitos de voto como um fator positivo para a companhia, abrindo caminho para maior interesse de investidores internacionais. Além disso, a melhora no cenário de preços de energia reforça o potencial de valorização da empresa, segundo os analistas.
No final de fevereiro, a Eletrobras e o governo federal chegaram a um acordo na Câmara de Mediação e Conciliação (CCAF) sobre a disputa de direitos de voto.
No final de fevereiro, a Eletrobras e o governo federal chegaram a um acordo na Câmara de Mediação e Conciliação (CCAF) sobre a disputa de direitos de voto.
O entendimento foi visto como altamente positivo para a companhia, uma vez que mantém o limite de 10% de direito a voto para qualquer acionista e retira a obrigação de capitalizar a Eletronuclear caso o governo decida seguir com a construção de Angra 3.
A notícia impulsionou as ações da Eletrobras em aproximadamente 2% após o anúncio.
Outro fator que impulsiona a tese de investimento da companhia, segundo o BBA, é a significativa melhora na perspectiva dos preços de energia.
Com um volume elevado de energia descontratada nos próximos anos, a ELET3 se beneficia diretamente da recente alta nos preços do mercado.
O custo marginal de operação atingiu R$ 310/MWh na região Sudeste na última sexta-feira, enquanto a curva de preços da DCIDE mostrou um aumento expressivo para os próximos anos.
Os contratos para junho a dezembro de 2025 estão sendo negociados a R$ 329/MWh, um aumento de 27% em relação à semana anterior.
Para os anos seguintes, os preços também registram elevações significativas, alcançando R$ 216/MWh em 2026, R$ 179/MWh em 2027, R$ 156/MWh em 2028 e R$ 147/MWh em 2029.
Segundo o Itaú BBA, cada variação de R$ 10/MWh no preço de longo prazo impacta em 5% a estimativa de valor justo da empresa.
A implementação do novo modelo de precificação do mercado spot em 2025 também favorece a companhia, diz o relatório.
Com a recalibração dos parâmetros de Cvar e a adoção do modelo híbrido do Newave, o setor se torna mais conservador, promovendo um acionamento mais rápido das usinas térmicas para preservar os reservatórios hídricos.
Segundo o Itaú BBA, isso resulta em preços mais elevados e maior previsibilidade para geradoras como a Eletrobras.