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XP reduz recomendação do Banco do Brasil (BBAS3) para Neutro após resultados do 1T25

A XP Investimentos optou por reduzir a recomendação das ações do Banco do Brasil (BBAS3) para Neutro, por causa dos resultados no primeiro trimestre de 2025 e também da revisão do guidance feita pela instituição para o restante do ano. "Em nossa visão, isso adiciona incerteza e contribui para uma desancoragem das estimativas", explicam os analistas da empresa.

O Banco do Brasil (BBAS3) reportou um lucro líquido ajustado de R$ 7,37 bilhões no período, queda de 20,7% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.  A margem financeira bruta foi de R$ 23,88 bilhões, retração de 7,2% na comparação anual. 

A rentabilidade, medida pelo retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), caiu para 16,7%, frente aos 21,7% do primeiro trimestre de 2024. O índice de cobertura chegou a 184,8%, considerado insuficiente diante da elevação nas perdas. 

O desempenho refletiu a alta na inadimplência, especialmente no agronegócio, e o impacto de novas regras contábeis. Como resultado, as ações do banco estatal acumularam queda de 19,05% em maio ? de R$ 28,93 em 30 de abril para R$ 23,42 no fechamento da última sexta-feira (30), na mínima do ano.

Banco do Brasil (BBAS3): XP teme que situação piore antes de melhorar

"Apesar do valuation ainda atraente, a situação pode deteriorar-se ainda mais antes de melhorar. Preferimos esperar por sinais mais claros de recuperação antes de tomar uma posição mais convicta", escrevem os analistas da XP Investimentos ao justificar a recomendação Neutra para as ações do Banco do Brasil (BBAS3).

Segundo o banco de investimentos, a atuação do BB foi impactada pela implementação da resolução 4.966 do Conselho Monetário Nacional (CMN), que alterou as regras de reconhecimento de juros, afetando o reconhecimento das receitas de juros de operações em estágio 3 para um regime de caixa. Além disso, não apenas os resultados do agronegócio caíram como os gestores sinalizaram que no início do 2º trimestre não houve alívio no setor.

A XP revisou suas estimativas de lucro líquido para o BB em 2025 para R$ 28 bilhões, e em 2026 para R$ 30 bilhões, considerando a combinação de queda na margem financeira líquida e custo de crédito maior. 

No caso da carteira de crédito do agronegócio, que chegou a R$ 365 bilhões no 1T25, representando cerca de 1/3 do total da carteira de crédito, a maior fonte de preocupação é o nível de atrasos acima de 90 dias, que chegaram a 3% no fim de março. "Esse agravamento superou as estimativas iniciais e os executivos perderam seu ponto de referência para provisões, levando à suspensão do guidance", destacou a XP Investimentos.

Este material foi elaborado exclusivamente pelo Suno Notícias (sem nenhuma participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo nenhum tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco. Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.

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