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Todo investidor da Vale (VALE3) precisa ficar de olho nesse indicador; saiba qual é

O investidor que tem o costume de monitorar a Vale (VALE3) já sabe que há alguns fatores que impactam diretamente a cotação da ação, como o preço do minério de ferro, o quanto a empresa está produzindo e o patamar do dólar, por exemplo. No entanto, há um outro ponto fundamental para a companhia que nem sempre está no radar de todos os analistas e investidores.

Um ponto-chave para a VALE3 é algo que não está em seu balanço, mas que representa um risco estrutural: a falta de resiliência da sua cadeia de suprimentos frente a eventos climáticos extremos e desastres naturais.

"Trata-se de uma variável de difícil precificação, mas que carrega alto impacto, como vimos nas tragédias de Mariana e Brumadinho. A estrutura logística da Vale envolve minas, ferrovias, barragens, centros de armazenamento e transporte marítimo. Qualquer interrupção relevante nesses pontos pode provocar perdas operacionais severas e desvalorização do papel", alerta Ruam Oliveira, especialista em investimentos CEA e planejador financeiro.

Por isso, para ficar por dentro desse tema, Oliveira recomenda que o investidor acompanhe relatórios de integridade de ativos, atualizações sobre licenciamento ambiental e medidas de prevenção contra desastres.

"Em tempos de ESG cada vez mais presente na precificação de ativos, esse fator é tão relevante quanto indicadores clássicos como EBITDA ou dívida líquida", destaca.

Desempenho da Vale no primeiro semestre

A Vale no primeiro semestre deste ano acumulou uma queda de cerca de 3,50%, impactada sobretudo pelo cenário político conturbado, com conflitos no Oriente Médio que afetaram diretamente as cadeias globais de produção e logística.

Além disso, movimentos protecionistas por parte dos Estados Unidos, em especial contra produtos estratégicos vindos da Ásia, desorganizaram a dinâmica de oferta e demanda internacional e impactaram o preço do minério de ferro e outras commodities.

Neste segundo semestre, segundo Oliveira, os fatores que podem seguir impactando as ações da Vale são:

  • Desdobramentos geopolíticos e acordos comerciais entre EUA e China, que têm potencial para redefinir expectativas de crescimento e, portanto, de demanda por minério;
  • A retomada de projetos de infraestrutura em economias desenvolvidas e o nível dos estoques chineses.
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Ainda vale a pena investir em VALE3?

Mesmo com as incertezas globais, o analista mantém uma visão positiva para as ações VALE3 em 2025:

"Apesar da instabilidade vivida nos últimos meses, especialmente com os receios de recessão nos Estados Unidos e as tensões militares em regiões estratégicas, percebo um movimento de reacomodação nos mercados globais. O cessar-fogo entre Israel e Irã, por exemplo, e os avanços diplomáticos entre EUA e China sinalizam um ambiente mais previsível para o comércio internacional", afirma.

A Vale é uma empresa exportadora com custos em real e receitas em dólar. Assim, tende a se beneficiar de um cenário externo mais estável. Além disso, completa Oliveira, os preços do minério, embora ainda voláteis, parecem encontrar um piso sustentado pela demanda chinesa, que pode ganhar novo fôlego com estímulos internos.

Este material foi elaborado exclusivamente pelo Suno Notícias (sem nenhuma participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo nenhum tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco. Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.

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