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Americanas (AMER3): Bancos credores rejeitam ser sócios da empresa, e novela judicial se intensifica

17/01/2023 06h10

Americanas (AMER3): Bancos credores rejeitam ser sócios da empresa, e novela judicial se intensificaA novela sobre o rombo bilionário na Americanas (AMER3) ganhou novos capítulos nas últimas horas. Segundo informações divulgadas nesta terça (17), instituições financeiras recusaram ações da varejista como forma de pagamento das dívidas. Além disso, BTG Pactual (BPAC11) e Bank of America […]

Americanas (AMER3): Bancos credores rejeitam ser sócios da empresa, e novela judicial se intensifica

A novela sobre o rombo bilionário na Americanas (AMER3) ganhou novos capítulos nas últimas horas. Segundo informações divulgadas nesta terça (17), instituições financeiras recusaram ações da varejista como forma de pagamento das dívidas. Além disso, BTG Pactual (BPAC11) e Bank of America (BofA) acionaram seus times jurídicos e levaram o caso à Justiça.

Segundo a apuração do Broadcast/Estadão, uma das propostas colocadas à mesa era a de que os sócios injetassem R$ 6 bilhões na companhia e que os bancos credores entrassem com outros R$ 6 bilhões. Com uma dívida estimada em R$ 40 bilhões, as instituições financeiras não compraram essa ideia, o que estremeceu as negociações para a rolagem da dívida.

A injeção desse montante daria às instituições ações da Americanas, numa conversão proporcional às dívidas com cada banco. Em termos nominais, os mais expostos são Bradesco, Santander, Itaú, Safra e BTG, que, na semana passada, tentou congelar um depósito de R$ 1,2 bilhão da Americanas.

Os bancos querem que os acionistas de referência – Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira – desembolsem algo entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões. Menos que isso, “nem pensar”, disse um banqueiro ouvido sob a condição de anonimato pelo Estadão.

Americanas vs bancos credores

Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Conselho de Administração do Bradesco (BBDC4), disse ontem (16) que a exposição do banco é "pequena" e "não requer preocupação" na lista de credores.

Essa sinalização é oposta a apresentada pelo BTG Pactual, que partiu para o ataque. Na semana passada, o banco de André Esteves entrou na Justiça do Rio de Janeiro contra a Americanas e disse que a empresa “tem fraude fiscal em seu modelo de negócio”. Nos autos, a instituição também realizou críticas ao trio do 3G Capital.

No fim de semana, o desembargador Luiz Roldão de Freitas Gomes Filho rejeitou analisar o caso no regime de plantão. Ontem, o BTG fez mais uma petição na 4.ª Vara Empresarial do Estado do Rio de Janeiro. Além disso, levou o caso para a arbitragem em São Paulo.

No novo pedido, os advogados do banco – dos escritórios Galdino & Coelho, Pimenta, Takemi, Ayoub Advogados e FCDG Advogados – argumentam que o juiz do Rio, que bloqueou o pagamento de dívidas “induzido a erro pela narrativa simplória da Americanas” e novamente usa o termo “fraude” para definir os problemas no balanço da companhia.

Atualmente, a Americanas conta com uma proteção judicial que impede credores de anteciparem a cobrança das dívidas. Segundo o Valor Econômico, o Bofa entrou com um recurso contra essa tutela cautelar.

E a Americanas?

A varejista contratou o banco Rothschild & Co para assumir a renegociação das suas dívidas bilionárias no Brasil e no exterior.

Procurada pelo Suno Notícias, a Americanas ressaltou que está trabalhando para solucionar o problema e que, assim que descobriu as inconsistências contábeis, divulgou o caso e se comprometeu a resolvê-lo.

"A Americanas passa a ter a Rothschild & Co no Brasil e internacionalmente, representando a empresa na construção de um diálogo franco e aberto, preservando o peso que a empresa tem, tanto com sua função social, como na participação da economia do país", destacou a empresa em nota enviada à reportagem.

De acordo com os dados do Status Invest, as ações da Americanas fecharam o pregão de segunda em queda de 38,41%, ao preço de R$ 1,94. Neste mês, os papéis já se desvalorizaram 78,52%.