BRF (BRFS3) faz negociação bilionária de precatórios com BTG, diz jornal
A BRF (BRFS3) está negociando uma venda de precatórios, créditos tributários e ativos judiciais (ou legal claims), tendo o banco BTG Pactual (BPAC11) como um dos principais interessados. As informações foram divulgadas pelo Valor Econômico.
Segundo a apuração do jornal, com fontes envolvidas na negociação da BRF, os ativos somam cerca de R$ 2 bilhões, e a Farallon também demonstrou interesse nos ativos, ao passo que a Lumina, de Daniel Goldberg, avaliou a proposta mas não seguiu adiante.
Vale lembrar que o BTG possui uma área específica para esses tipos de ativos.
Além de uma possível venda, a BRF poderia levantar recursos no mercado de capitais utilizando esses R$ 2 bilhões em ativos como garantia.
Em termos de prazo, a ideia da companhia é de fechar o negócio em até 60 dias, dado o endividamento atual - que forçou a empresa a colocar a venda outros ativos, como seu segmento de pet food, que também vale cerca de R$ 2 bilhões.
A dívida líquida da empresa, conforme dados atualizados do Status Invest, é de cerca de R$ 15,6 bilhões, ao passo que a alavancagem - mensurada pela razão entre a dívida e o Ebitda - é de 3,35x.
Com juros mais altos, pressionando a dívida, a BRF chegou a levantar capital por meio de uma oferta subsequente de ações ainda em 2022, colocando R$ 5,4 bilhões no caixa a fim de reduzir os patamares de alavancagem.
Último resultado da BRF
A BRF reportou seu resultado trimestral ainda nesta semana, com prejuízo líquido de R$ 1,024 bilhão no primeiro trimestre de 2023, menor do que o prejuízo líquido de R$ 1,546 bilhão de igual período do ano passado.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado no período atingiu R$ 607 milhões no período, acima dos R$ 152 milhões vistos um ano antes.
Já a receita líquida consolidada somou R$ 13,178 bilhões no período.
A companhia destaca que foi registrada uma queda no segmento internacional, de onde vem cerca de 45% da receita da empresa.
Conforme consta no balanço da BRF, nesse nicho foi registrado um Ebitda ajustado negativo de R$ 106 milhões, revertendo o Ebitda positivo de R$ 426 milhões visto um ano antes.
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