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CVC (CVCB3): ações saltam com novo CEO e aporte milionário

05/06/2023 09h57

As ações ordinárias da CVC (CVCB3) disparam no início da tarde desta segunda-feira (5), com o mercado repercutindo a notícia do anúncio do novo CEO da empresa, além de um aporte do fundador da operadora de viagens, Guilherme Paulus, avaliado em R$ 75 milhões.

Perto das 12h45, as ações ordinárias da CVC subiam 8,33%, a R$ 3,90. Na semana, os papéis sobem mais de 20%.

Nove dias após anunciar a saída de Leonel Andrade no comando da empresa, o Conselho de Administração da CVC (CVCB3) elegeu o executivo Fabio Martinelli Godinho para ocupar o principal cargo da companhia, segundo fato relevante divulgado na última sexta-feira (2).

No documento, a empresa explica que o fundador da CVC - dono da gestora GJP - deve alocar essa quantia com a interveniência de fundos de investimento geridos pelo Opportunity em uma possível oferta de ações. O investimento de Paulus deverá corresponder a até R$ 3 por ação e Paulus não participará, direta ou indiretamente, do procedimento de bookbuilding.

A oferta deverá ser efetivada em até 60 dias, em mercado de balcão não organizado, com possibilidade de esforços de colocação no exterior. O valor bruto da oferta será de, no mínimo, R$ 200 milhões, com potencial de captação adicional de, no mínimo, R$ 100 milhões.

Ainda na sexta-feira, em comunicado ao mercado antes da abertura do pregão, a CVC já havia se manifestado a respeito da oferta, após matéria publicada pelo Brazil Journal um dia antes. A reportagem dizia que a empresa estaria negociando com Paulus um aumento de capital de cerca de R$ 300 milhões. 

A potencial oferta, os termos e condições, inclusive volume e cronograma, ainda serão avaliados pela companhia em linha com a obrigação assumida no contexto do reperfilamento de sua dívida.

Além disso, deve ser celebrado um acordo de voto entre o investidor e os acionistas para regular temporariamente compromisso de voto conjunto para nomeação, composição e eleição de membros do conselho de administração e da diretoria, o qual não tem a finalidade de criar bloco de controle, segundo a companhia.

O acordo prevê ainda que de hoje até 90 dias após a Assembleia Geral Extraordinária (AGE), Paulus e os acionistas estarão sujeitos restrição de venda das ações subscritas na potencial oferta (lock up).

Quem é o novo CEO da CVC

Godinho, o novo CEO, vai conduzir a oferta. Seu trabalho como executivo à frente da CVC passou a ter efeito a partir do último sábado (3).

"Godinho atuou na CVC Viagens como diretor de Novos Negócios em 2008, participando ativamente do
deal com o Carlyle Group e mais tarde como vice-presidente de produtos e marketing da operadora,
com participação ativa na preparação para o IPO da empresa em dezembro de 2013", conta o Fato Relevante.

O novo CEO da CVC também foi presidente da companhia aérea Webjet: "Liderou nessa empresa o processo de transformação do modelo de negócios da aérea para low cost até a venda para a Gol (GOLL4) em julho de 2011." Godinho também passou foi CEO da master franquia da Tim Hortons, maior rede canadense de cafeterias, responsável pela ampliação da rede nos Estados Unidos.

Entre janeiro de 2018 e março de 2022 atuou como CEO da GJP Hotels & Resorts, maior rede de hospitalidade e lazer do Brasil, hoje Grupo Wish, "responsável pela reorganização geral da companhia até a venda para um fundo de investimentos na maior transação já registrada no setor no Brasil, finalizada em setembro de 2021."

Em maio de 2022, lançou a proptech MyDoor, como CEO, "estreando no mercado imobiliário com a venda de casas de alto padrão por 1/8 do valor tradicional, com serviços de hospitalidade, financiamento direto e compra desburocratizada."

Gofinho é formado em Administração de empresas, com MBA no IBMEC-SP e especialização em Kellogg e The Wharton School: "O executivo acumula experiência de mais de 20 anos no mercado, combinando expertise no setor de turismo e hospitalidade com gestão estratégica de negócios", resume o comunicado da CVC.

O que aconteceu com a CVC?

Leonel Andrade renunciou ao cargo de CEO no último dia 24 de maio. Segundo informações divulgadas pela empresa, a saída foi motivada por questões pessoais. Assim, o Conselho de Administração da CVC criou às pressas um comitê de transição para direcionar a companhia até a chegada do seu próximo líder.

"Foram três anos intensos, de muita dedicação e muitos negócios, no qual me apaixonei pela CVC Corp e a nossa gente. Me orgulho de ter liderado o melhor time de profissionais do turismo e ter contribuído para tornar a companhia mais sólida, sustentável e com uma forte cultura de governança", disse Leonel Andrade em comunicado enviado pela CVC à imprensa.

Andrade estava no comando da CVC desde março de 2020, início da pandemia. Ele fez parte do Conselho de Administração da BR Distribuidora, hoje Vibra Energia (VBBR3), e da Lojas Marisa (AMAR3). Ele também conta com passagens pela Smiles, Credicard e Visa.

comitê de transição da CVC estava sendo liderado por Sandoval Martins, um dos conselheiros da empresa. Valdecyr Gomes, presidente do Conselho de Administração da CVC, ressaltou no comunicado que Andrade foi o responsável por uma intensa transformação organizacional na empresa.

"Leonel Andrade concluiu importante etapa que lhe foi designada, tendo assumido a companhia no auge da pandemia e realizado, ao longo do período, intensa transformação organizacional, que culminou na digitalização dos negócios, com maior investimento da história em tecnologia, inovação, governança, pessoas e sustentabilidade, e redução do endividamento", justificou o executivo da CVC.

Com informações de Estadão Conteúdo